sábado, 22 de setembro de 2012

PARABÉNS AOS CONTADORES NESTE 22/09


Aqui não me interessam questiúnculas sobre se a data é a mais correta ou não.  Como contador que sou, e, costumo informar a aqueles com quem me relaciono que sou definitivamente contador por opção. Ou seja, decidi ser contador, pois essa foi a formação/profissão que escolhi para desempenhar na vida. Apenas aqui quero dedicar algumas palavrinhas à homenagem desse profissional de suma importância para a humanidade, haja vista, que essa área do saber existe referencialmente a mais de cinco mil anos (assim dizem os estudiosos das origens da contabilidade). Há quem afirme, que “foi a escrita contábil que gerou a escrita comum, segundo os mais famosos historiadores e especialistas , como Goody.

Mas, desprezando toda argumentação egocêntrica sobre a importância, grandeza e abrangência do fazer do contador, aqui homenageio esse profissional, através de figuras de importância irretocável e mais engrandecedora possível. 

Ou seja:

É extremamente gratificante e honroso ser colega de profissão de alguém que como afirma Joaquim Fernando da Cunha Guimarães no artigo O GUARDA-LIVROS “FERNANDO PESSOA” (publicado na Revista Electrónica “INFOCONTAB”  n.º 12, de Setembro de 2006):

“Com este breve apontamento pretendemos essencialmente dar a conhecer alguns aspectos da actividade de guarda-livros de Fernando Pessoa, pois temos a percepção que muitos profissionais de Contabilidade desconhecem esta sua faceta.”

Podendo também isso ser confirmado em seu Bilhete de Identidade:

Mas como bem informa Joaquim Guimarães, no artigo acima referido, Fernando “Pessoa colaborou na Revista de Comércio e Contabilidade sendo da sua autoria o primeiro artigo do primeiro número (Janeiro de 1926), sob o título “Palavras iniciais”, do qual extraímos a seguinte frase:”

“Toda a teoria deve ser feita para poder ser posta em prática, e toda a prática deve obedecer a uma teoria. Só os espíritos superficiais desligam a teoria da prática, não olhando a que a teoria não é senão uma teoria da prática, e a prática não é senão a prática de uma teoria...”.

Nessa revista, Fernando Pessoa, escreveu catorze artigos.


Outro grande expoente de nossa literatura tupiniquim, Graciliano Ramos, torna-se famoso pela qualidade literária e perfeita exatidão em termos de conteúdo e ordenamento dos seus relatórios contábeis de Prestação de Contas da Prefeitura de Palmeira dos Índios em Alagoas, quando de lá foi prefeito. Vejam o que diz Vera Lúcia Cruz et all no artigo denominado UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE EVIDENCIAÇÃO CONTÁBIL SOB A ÓTICA DE GRACILIANO RAMOS NOS ANOS DE 1928 E 1929, publicado na Revista de Contabilidade e Controladoria da Universidade Federal do Paraná:

“Os Relatórios elaborados por Graciliano Ramos, enquanto Prefeito da Cidade de Palmeira dos Índios em Alagoas nos anos de 1928 e 1929, são retratados para se chegar as suas explicações em relação à aplicação da contabilidade utilizada na época, se houve a utilização do Decreto n. 4.536, que organizou o Código de Contabilidade da União, datado de 28 de janeiro de 1922, nos termos e forma consignados no Regulamento Geral de Contabilidade Pública que surgiu.”

Mais adiante os autores do artigo, já evidenciam uma prática de Graciliano em atender àquela época, determinismos do modelo contábil anglo-saxão:

“Outro ponto dos Relatórios de Graciliano Ramos nos reporta também a comparação com a Legislação Societária da Inglaterra que desde 1844 exigia que as Demonstrações Contábeis se revistam das características do True and Fair View.   Esta exigência reflete a necessidade de que haja uma adequada Fidelidade entre os Registros Internos (físico-operacionais) e as Demonstrações Contábeis.  A palavra Verdadeiro tem o significado de ser o contrário de Falso e a palavra Justo tem o significado não só de Lucro adequado, mas também o de que corresponde à aplicação de adequadas Políticas Contábeis e que a Evidenciação (Disclosure) das informações contábeis reflete com adequada Fidelidade as transações e eventos que lhes deram origem.”

Com isso, congratulo-me com meus colegas contadores, considerando-me assim, ao menos hoje, extremamente envaidecido, feliz e honrado, em ser colega de profissão de dois expoentes magistrais e ímpar da arte da literatura da língua portuguesa:


Fernando Pessoa e Graciliano Ramos.

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