quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CONTADORES ESTÃO ENTRE OS PROFISSIONAIS MAIS RAROS O BRASIL

É isso. Área com alto valor de empregabilidade, com procura fenomenal por parte do mercado, e, a cada dia mais intensamente requisitada tanto em termos de consultoria interna como externa às empresas. No entanto, é importante não se enganar. A indicação de raridade, não se exprime no tocante a condição de que se formam poucos bacharéis no Brasil, mas sim, em função do alto grau de qualificação que se requisita nesse profissional. Veja o que diz a senhora Márcia Almström, diretora de recursos humanos:

“É preciso dominar o aspecto técnico das finanças, mas também ter um perfil de influenciador e consultor interno a respeito do negócio”

Para melhor compreensão e abrangência, vejam a matéria abaixo, publicada no http://aegcontabil.com/:

“São áreas com forte apelo técnico”, comenta Márcia Almström, diretora de recursos humanos da empresa responsável pelo levantamento, cuja versão global entrevistou mais de 37 mil empregadores. Isso quer dizer que é só lidar bem com números e o emprego está garantido? Não é bem assim, segundo a executiva. Almström explica que, associadas a competências técnicas, também estão em falta as chamadas ‘soft skills’ ou habilidades mais ‘brandas’, ligadas a gestão e liderança, por exemplo.
“Para se dar bem num mercado tão sedento por eles, esses profissionais raros precisam construir sua carreira além do conhecimento técnico e buscar outras qualificações”, afirma. Dos 42 países focalizados pela pesquisa, o Brasil é o 4º com maior escassez de talentos, empatando com a Argentina. “Entre outros motivos para essa situação, há um grande aumento da competitividade, avanços tecnológicos e lacunas na formação profissional”, explica Almström. Além dos profissionais já citados, no ranking também figuram operários, motoristas, técnicos e trabalhadores de ofício manual.

A seguir, veja lista dos 10 profissionais mais buscados no Brasil:
1. Operários
São os profissionais que fazem qualquer tipo de trabalho braçal em diversos setores da economia, como indústria, agricultura e comércio.
Por que estão em falta: “Está difícil encontrar quem tenha experiência como operário”, aponta Márcia Almström, diretora de RH do Manpower Group. De acordo com ela, o mercado está esvaziado pela busca natural dos profissionais por ocupações mais qualificadas e consequente aumento de renda.
Posição no ranking em 2014: 1º
Posição no ranking em 2013: 5º
2. Técnicos
São profissionais formados em cursos com duração habitual de 2 anos. Exercem tanto funções gerenciais quanto operacionais em diversas áreas, como automoção, alimentos ou edificações, por exemplo.
Por que estão em falta: Segundo Almström, nos últimos 30 anos, pouco se investiu em cursos para formar técnicos no Brasil. “Hoje, colhemos os frutos de privilegiar o ensino superior, e só colheremos os frutos de programas como o Pronatec daqui a alguns anos”, diz.
Posição no ranking em 2014: 2º
Posição no ranking em 2013: 1º
3. Motoristas
Os condutores de veículos mais escassos são os ligados ao transporte de cargas, isto é, os motoristas de caminhão.
Por que estão em falta: Ser motorista hoje não é só saber dirigir – e a mão de obra não tem acompanhado as novas exigências. “Pela evolução dos meios de transporte, esse profissional precisa dominar diversas tecnologias, como o GPS, além de painéis e dispositivos cada vez mais sofisticados presentes nos caminhões”, explica Almström.
Posição no ranking em 2014: 3º
Posição no ranking em 2013: 7º
4. Secretários pessoais, assistentes administrativos e auxiliares de escritório
São profissionais que exercem funções de apoio à administração, articulando o trabalho cotidiano do escritório e facilitando fluxos.
Por que estão em falta: Novamente, faltam competências exigidas pelo mercado atual. Isso porque faz parte do passado a figura da secretária que só atendia telefonemas e anotava recados. “Hoje é preciso dominar idiomas, ter conhecimento em programas como Excel e dominar ferramentas online de teleconferência, por exemplo”, explica Almström.
Posição no ranking em 2014: 4º
Posição no ranking em 2013: 8º
5. Trabalhadores de ofício manual
São profissionais autônomos que empregam habilidades específicas, tais como eletricistas, costureiras, sapateiros, pintores e encanadores.
Por que estão em falta: A situação se deve à movimentação da força de trabalho na direção de atividades com maior qualificação. “Esses profissionais têm buscado formação para melhorar de vida, e acabam abandonando suas ocupações antigas”, diz Almström.
Posição no ranking em 2014: 5º
Posição no ranking em 2013: 4º
6. Profissionais de TI
São aqueles que cuidam da infraestrutura, da gestão de computadores e de todos os processos relacionados a tecnologia da informação. O profissional é disputado tanto por empresas de desenvolvimento de software quanto por bancos e companhias de telefonia celular, por exemplo.
Por que estão em falta: As empresas têm apresentado demanda crescente por soluções de TI, mas não há oferta suficiente de mão de obra. “O ritmo de formação de profissionais ainda não acompanha a expectativa dos contratadores”, explica a diretora de RH do Manpower Group.
Posição no ranking em 2014: 6º
Posição no ranking em 2013: não apareceu
7. Contadores e profissionais de finanças
São aqueles que acompanham, medem e garantem a saúde financeira da empresa. Em tempos de exigência por produtividade máxima, cuidam da gestão dos custos e da rentabilidade do negócio.
Por que estão em falta: A realidade no mundo dos negócios mudou. Hoje, as empresas não precisam apenas do profissional que registra dados numéricos e faz apontamentos. “É preciso dominar o aspecto técnico das finanças, mas também ter um perfil de influenciador e consultor interno a respeito do negócio”, (Almström).
Posição no ranking em 2014: 7º
Posição no ranking em 2013: 3º
8. Operadores de máquinas e de produção
São profissionais que dominam o manuseio operacional de diversas máquinas na indústria e na agropecuária, por exemplo.
Por que estão em falta: A falta de profissionais habilitados para suprir a demanda tem a ver com os avanços tecnológicos em maquinarias. “Hoje, os equipamentos são muito mais complexos do que há 20 anos, e faltam profissionais com competências em dia com essas atualizações”, explica Almström.
Posição no ranking em 2014: 8º
Posição no ranking em 2013: 2º
9. Engenheiros
São profissionais que podem ser empregados em praticamente qualquer tipo de indústria. Hoje fazem falta engenheiros para áreas que vão de infra-estrutura e exploração de petróleo até bancos e empresas de telecomunicações.
Por que estão em falta: Almström afirma que os cursos de Exatas têm despertado pouco interesse nos jovens, o que explicaria em parte a falta de engenheiros. “Além disso, a demanda por eles cresceu muito nos últimos anos, devido à necessidade de desenvolver a economia”, afirma.
Posição no ranking em 2014: 9º
Posição no ranking em 2013: 6º
10. Gerentes de vendas
São profissionais responsáveis pela geração de negócios, muitas vezes em escala global, combinando habilidades de gestão, conhecimentos em finanças e domínio da comunicação.
Por que estão em falta: “Ter lucro ficou mais difícil com a nova forma de fazer negócios hoje”, diz Almström. Gerir vendas se tornou um papel muito mais complexo do que no passado. “É preciso ser mais criativo, saber lidar com números e ter capacidade de liderar, mas poucos são os profissionais que atendem a todas essas exigências”, afirma.
Posição no ranking em 2014: 10º
Posição no ranking em 2013: não apareceu
Fonte: Exame

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

No processo de ensino/aprendizagem de ciências contábeis, a partir da perspectiva discente, quase sempre se observa uma intensa ansiedade com a convivência das práticas contábeis, porém, sempre reivindicando recursos meramente ferramentais, típicos da formação profissional técnica de auxiliares da contabilidade, preocupados que se isso não acontecer não estariam preparados para enfrentar o mercado de trabalho.

Essa premissa advém de uma relação profissional, onde os contadores são tidos como entes executores de atividades burocráticas repetitivas menores, como por exemplo, o simples e fácil atendimento de determinismos legais obrigatórios, no tocante a aspectos societários/tributários, eliminando ou encobrindo a essência fundamental da existência da contabilidade desde os seus primórdios há mais de 8.000 anos.

Considerando que empreendimentos, de quaisquer espécies, complexidades ou tamanho, no decorrer de sua existência têm como premissa básica, tomar decisões negociais, econômicas, financeiras, de gestão, etc., necessitando para tanto de informações e assessorias qualificadas, com vistas a ser bem sucedidos ou pelo menos errar menos, minimizando os riscos de perdas, prejuízos e insucessos em geral.

Também é importante considerar que, a contabilidade, como ciência, área ou ferramenta deve estar qualificada para oferecer fortes recursos e informações aparelhadas para o auxílio da melhor decisão para empreendedores de toda espécie. E, para tanto a preocupação básica do estudante ou profissional da contabilidade, deveria ser acima de tudo, preparar-se para atender as necessidades dos gestores nas suas mais abrangentes e complexas exigências, usando para tanto os recursos oriundos do processamento contábil, a partir de interpretações e estudos críticos qualificados, produzidos com apoio de pensamentos e conhecimentos de outras áreas, com vistas a fornecer o melhor, mais abrangente e real, para o desempenho do empreendimento, quanto a aspectos: econômicos, financeiros, fiscais, tributários, gerenciais, operacionais, mercadológicos, etc., efetivando-se assim, como o mais próximo e profícuo parceiro do empreendedor.

Dentro desse contexto, uma das ferramentas mais eficientes e contributivas é a análise financeira e econômica, baseada em índices, pois possibilita a comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros afins. Através desse recurso é possível avaliar e emitir pareceres e diagnósticos sobre diversas questões, como:
  • Concessão/captação ou não de créditos;
  • Investimento em capital acionário;
  • Alteração de determinada política financeira;
  • Avaliação se a empresa está sendo bem administrada;
  • Identificação de sua capacidade de solvência (risco de falência) etc.

A análise das demonstrações contábeis, conforme ensina Iudícibus (2008a, p.1), é tão antiga quanto à origem da contabilidade. Assaf Neto (2010a, p.35) determina que sua finalidade seja “relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas a posição econômico-financeira atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras, permitindo assim, a geração de informações passadas sobre a posição financeira de uma organização a fim de realizar projeções futuras.

Uma quantidade considerável de ferramentas já testadas e aprovadas para uso com eficiência na análise das demonstrações contábeis, encontram-se à disposição de contadores, administradores, economistas, analistas financeiros e interessados, que se aplicadas com critério, e, com uma consistente capacidade de interpretação, podem gerar pareceres e diagnósticos eficientes, com vistas à produção de informações úteis que auxiliam a tomada de decisão por gestores em seus diversos fazeres ou decidires acerca da vida empresarial.

Como exemplos podem ser indicados alguns ferramentais, como:

1 - Para efeito de avaliação de desempenho empresarial, pode-se aplicar o Sistema de Análise Dupont, considerado como um verdadeiro sistema de busca, sendo possível verificar com um bom grau de eficiência, os seguintes indicadores de desempenhos da empresa:
  • Taxa de Retorno do Investimento Total (Ativo Total) da empresa;
  • Taxa de Retorno do Investimento do Acionista (Patrimônio Líquido);
  • Margem Líquida de Lucratividade;
  • Giro dos Ativos em Relação às Receitas Líquidas da atividade principal da empresa;
  • Fator de Alavancagem Financeira, obtido em função da utilização dos capitais de terceiros, em relação às Origens de Recursos totais obtidas pela organização.

Com a utilização de ferramental desse porte, é possível com amplitude, investigar e identificar quais os elementos patrimoniais ou de resultado estão influenciando positivamente ou negativamente o desempenho empresarial, possibilitando decisões coerentes com vistas a serem mais bem trabalhados os pontos fortes ou fracos da gestão empresarial.

2 - Outro ponto de referencial importância na vida de qualquer negócio é a administração do seu capital de giro operacional. Elemento que quase sempre determina a continuidade ou não da existência da organização. Portanto, uma área funcional muito sensível e de vital importância. Com vistas a gerenciar esse setor com competência, pode-se utilizar uma ferramenta de Gestão do Capital de Giro Operacional, baseada no modelo Fleuriet, que a partir da demonstração contábil do Balanço Patrimonial, especialmente dos Ativos e Passivos Circulantes, pode-se determinar com precisão, indicadores como:
  • Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG);
  • Ciclo Financeiro;
  • Análise ou decomposição da NLCG;
  • Efeito Tesoura.

E, com esses indicadores apurados e criteriosamente analisados é possível perceber problemas e caminhos para soluções, com vistas a uma equilibrada gestão econômico-financeira do capital de giro operacional ideal dos negócios.

3 - Outras duas questões recorrentes de uma gestão empresarial comprometida com a qualidade, que podem muito bem ser investigadas, analisadas e respondidas à luz da utilização de demonstrativos contábeis, nesses casos, a partir da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), são:
  • A gestão da empresa está sendo competente, a ponto de gerar Fluxos de Caixa Operacional suficiente para o equilíbrio financeiro (cobrir todas as obrigações) da atividade operacional (razão da existência do negócio)?
  • Os Lucros Finais apurados pela empresa, após considerar 100% dos custos de todos os capitais aplicados no negócio (capitais de terceiros e próprios), estão efetivamente gerando valor para a empresa?

Para atender ou vir como recurso de esclarecimento e orientação para uma gestão eficiente às questões acima, podem ser utilizadas com bastante utilidade as seguintes ferramentas:

  • Cálculo, apuração e interpretação do EBITDA (Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization) para a questão a.

  • Cálculo, apuração e interpretação do EVA (Economic Value Added) para a questão b.

Outras tantas ferramentas, sofisticadas ou mais simples, podem e devem ser utilizadas com vistas a interpretações e análises das demonstrações contábeis, com vistas ao suporte da gestão empresarial competente e comprometida com a eficiência e a eficácia organizacional.


Com isso, quer-se mostrar a imensa vantagem competitiva que a contabilidade gerencial, minimamente aplicando os recursos inerentes a Análise Econômico-financeira sobre os relatórios contábeis, pode propiciar ao gestor empresarial, com vistas a poder tomar decisões negociais mais conscientes, consistentes e com riscos minimizados.

Autor:
Professor Flávio Dantas

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Características da Contabilidade Gerencial

Olá meu povo!

O tempo passa, a gente se dispersa, às vezes até perde um pouco o rumo, mas às coisas boas e interessantes, a gente sempre volta...
É assim que agora me reencontro com meu própria Blog, que por razões e "viagens" diversas ficou aqui paradinho, sem que eu o atualizasse como deveria. E, não poderia ser num melhor dia:

DIA DO ANIVERSÁRIO DE INHAMBUPE
Minha linda e estimada cidade. Local onde nasci e me fiz gente.

Tenho uma irmã, que sempre repete os dizeres que em casa ouvíamos sempre de minha mãe, "nada tarda quando chega". É isso, cheguei! E, se só foi possível e pertinente agora, posso afirmar que não estou atrasado, visto que cheguei.
E como não poderia deixar se ser, estou agora tratando novamente de nossa, BOA - REFERENCIAL e IMPORTANTE Contabilidade.
Nesta postagem, tratarei da forma mais abrangente possível sobre CONTABILIDADE GERENCIAL. Para tanto, me utilizo de um trabalho científico produzido por uma pessoa muito importante na minha vida acadêmica, que cativa as pessoas com sua forma sempre camarada e observadora. Quando determinou-se a construir sua monografia de conclusão do curso de Ciências Contábeis na UESB, tive a sorte de ser convidado para ser seu orientador, que aceitei de imediato. 
O texto que posto abaixo, compõe o tópico 2.3 - REFERENCIAL TEÓRICO da referida monografia da hoje, Bacharel em Ciências Contábeis, pela UESB, Brenda de Almeida Vianna Soares, que recebeu o seguinte título:

O USO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL EM CONTABILIDADE: O ENTENDIMENTO DOS PROPRIETÁRIOS DE ESCRITÓRIOS CONTÁBEIS DE VITÓRIA DA CONQUISTA EM 2013.

Vejam:

Características da Contabilidade Gerencial

A Contabilidade Gerencial surgiu a partir da Revolução Indústrial no século XVIII, antes disso a Contabilidade tinha o objetivo apenas com as relações comerciais, depois desse evento, com o surgimento de ferrovias e com a chegada de grandes organizações se fez necessário o conhecimento de métodos e processos de controle e custo, como por exemplo, cálculo do custo para se produzir um produto. Nesse sentido, percebe-se que a Contabilidade Gerencial surgiu do crescimento das empresas e da necessidade de se fazer um maior planejamento e controle no que diz respeito à questões operacionais.
Atkinson et al. (2000, p. 36) citam alguns exemplos de Informação Gerencial Contábil:
“Um exemplo de informação gerencial contábil é o relatório de despesas de uma seção operacional, [...] cálculo de custo de se produzir um bem, prestar um serviço, desempenhar uma atividade e um processo comercial, e atender um cliente.”
Esses relatórios contribuem significativamente no cotidiano dos administradores, já que neles são apresentadas informações uteis e oportunas que vem para contribuir na escolha das melhores alternativas para a organização.
 Anthony (1979) diz que a Contabilidade Gerencial, preocupasse com a informação contábil útil à administração”. Percebe-se então que a Contabilidade Gerencial auxilia à empresa de forma estratégica, visando o futuro, possibilitando conhecer problemas que por ventura venham a acontecer, planeja ações, avaliando o desenvolvimento da entidade, permitindo assim, que a organização permaneça na concorrência do mercado.
Com toda essa acelerada movimentação econômica, as empresas tendem a recorrer aos serviços dos profissionais contábeis, por conta disso, é importante que o Contador tenha um grande arcabouço técnico e teórico, pois, como a Contabilidade Gerencial contribui com os mais diversos setores da organização, o Contador não pode se limitar somente a conhecimentos da Contabilidade tradicional e sim compreender sobre áreas como a de administração, economia, finanças, dentre outras que venham a enriquecer o seu trabalho Gerencial.
Para se colocar em prática a Contabilidade Gerencial é necessária à união de diversos conhecimentos específicos que visem colaborar com as necessidades do empreendimento, objetivando atender desde a falta de conhecimento por parte do gestor até o aumento da lucratividade do empreendimento.
Iudicíbus (1998, p. 21) acredita que,

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferindo a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

Os usuários internos à organização são os beneficiados com os relatórios gerados pela Contabilidade Gerencial, mas para que esses relatórios sejam úteis é preciso que eles sejam de fácil compreensão e que atendam às necessidades das empresas em tempo hábil, pois de nada adianta a produção de relatórios que não sejam entendidos, que forneçam informações fora do período ou que não tenham utilidade para a entidade.

As informações da contabilidade gerencial incluem dados históricos e estimados usados pela administração na condução de operações diárias, no planejamento de operações futuras e no desenvolvimentos de estratégias de negócios integrada. As características da contabilidade gerencial são influenciadas pelas variadas necessidades da administração. (WARREN; REEVE; FESS, 2001, p. 3, grifo do autor).
Considerando que a Contabilidade Gerencial visa atender vários usuários internos, ela também deve ter várias funções organizacionais para desenvolver, pois a necessidade de informação de um funcionário é diferente da informação de um gerente, que por sua vez é diferente da necessidade de um executivo do alto escalão.
Um funcionário requer auxílio para a melhoria das tarefas especificas feita no dia a dia, um gerente já necessita de informações a respeito da operacionalidade da empresa, como por exemplo, um setor que está trabalhando abaixo do seu potencial de produção, já um executivo precisa de informações que o auxiliem na tomada de decisão de longo prazo, para um planejamento estratégico de criação de valor. Desse modo entendesse que nunca vai haver um único modelo de relatório que atenda a todos os usuários.  
O Quadro 2 mostra as funções da Contabilidade Gerencial:

Quadro 2 – Funções da Informação Gerencial Contábil
Controle Operacional
Fornecer informação (feedback) sobre a eficiência e a qualidade das tarefas executadas.
Custeio de produto e do cliente
Mensurar os custos dos recursos para se produzir, vender e entregar um produto ou serviço aos clientes.
Controle Administrativo
Fornecer informação sobre o desempenho de gerentes e de unidades operacionais.
Controle estratégico
Fornecer informação sobre o desempenho financeiro e competitivo de longo prazo, condições de mercado, preferencias dos clientes e inovações tecnológicas.

Fonte: Atkinson et al (2000, p. 45)

Podemos afirmar então que para uma empresa crescer e permanecer no mercado, ela precisa ter o controle de todas as suas operações sempre visando às possibilidades ou dificuldades futura, oferecer produtos e serviços de qualidade, priorizando pelo uso eficiente de seus recursos.
Diante do exposto, é certo que toda e qualquer empresa, independente de seu porte, busca por informações que contribuam com o alcance do seu sucesso, e a Contabilidade Gerencial por sua vez é o elemento que proporciona o suporte necessário para o controle, planejamento e tomada de decisões nos diversos setores que delas necessitem. Mas para que a mesma obtenha êxito é preciso que os seus ensinamentos sejam colocados em prática, pois como Padoveze (2004) conceitua, a “Contabilidade Gerencial é uma ação e não um existir.”

Contabilidade Gerencial versus Contabilidade Financeira

Depois do surgimento das sociedades por ações, passou a existir a denominação de investidor e administrador, por conta disso surgiu a necessidade de separar a Contabilidade em dois grupos, um para atender os usuários internos e outro para os usuários externos à organização, que por sua vez carecem de diferentes tipos de informações para a tomada de decisão.   
O uso da Contabilidade Gerencial e Financeira têm visões distintas, a Contabilidade Financeira tem o foco voltado para ações que ocorrem no passado, com o intuito de atender às obrigações fiscais e o público externo à organização.  
Já a Contabilidade Gerencial, como o próprio nome diz, visa o gerenciamento da entidade, sendo que, uma das suas principais características é produzir informações úteis que atendam às necessidades dos gestores na escolha de alternativas eficientes para a organização.
Pereira et al. (2011, p. 8), diz que

Enquanto a contabilidade financeira tem o potencial de fornecer informações padronizadas, como é o caso dos índices de liquidez [...], a contabilidade gerencial se ocupa com o fornecimento de informações para situações que envolvem decisões não rotineira ou especiais. Tais problemas dizem respeito a problemas esporádicos, não estruturados, para os quais os gestores não contam com regras fixadas ou procedimentos conhecidos a priori.

Atualmente é notório que se faz mais uso da Contabilidade Financeira do que da Gerencial, isso se dá por conta da obrigação de atender as entidades governamentais e as suas determinações em forma de normas legais e fiscais, de modo que o descumprimento dessas determinações pode ensejar diversas multas e penalidades para as organizações.

Na sua incapacidade em desempenhar igualmente bem essas duas funções, a Contabilidade acaba optando pela que pode ser criticada sob vários aspectos, mas que sempre estará ‘objetivamente’ suportada em transações efetivamente ocorridas e em documentos comprobatórios. No entanto, tal posicionamento parece ser inaceitável para as exigências atuais e futuras de seus usuários. (SANTOS, 1998, p. 14)

Como se sabe, a Contabilidade Financeira trabalha com base em atividades que já aconteceram e que podem ser comprovados com base em documentos, no entanto esse tipo de Contabilidade não proporciona mais o suporte informacional que as organizações tanto necessitam no dia a dia, desse modo pode-se afirmar que a Contabilidade Gerencial é a mais indicada para atender a essa necessidade, já que uma organização não tem condições de tomar decisões como base somente na Contabilidade fiscal.            
O Quadro 3 faz uma comparação entre a Contabilidade Gerencial e Financeira na visão da Padoveze (2004).

Quadro 3 – Comparação entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira
Fator
Contabilidade Financeira
Contabilidade Gerencial
Usuários dos relatórios
Externos e internos
Internos
Objetivos dos relatórios
Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos
Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente
Forma dos relatórios
Balanço Patrimonial,
Demonstração dos
Resultados, Demonstração
das Origens e Aplicação de
Recursos e Demonstração
das Mutações do Patrimônio
Líquido
Orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho, relatórios de custo,relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisão
Frequência dos
relatórios
Anual, trimestral e
ocasionalmente mensal
Quando necessário pela
administração
Custos dos valores
utilizados
Primeiramente históricos
(passados)
Históricos e esperados (previstos)
Bases de mensuração
usadas para quantificar
os dados.
Moeda Corrente
Várias bases (moeda corrente, moeda estrangeira – moeda forte, medidas físicas, índices etc.)
Restrições nas
informações fornecidas
Princípios Contábeis
Geralmente Aceitos
Nenhuma restrição, exceto as
determinadas pela administração
Arcabouço teórico e
técnico
Ciência Contábil
Utilização pesada de outras
disciplinas, como economia,
finanças, estatística, pesquisa
operacional e comportamento
organizacional
Característica da
informação fornecida
Deve ser objetiva (sem
viés), verificável, relevante e
a tempo
Deve ser relevante e a tempo,
podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos
precisão
Perspectiva dos
relatórios
Orientação histórica
Orientada para o futuro, para
facilitar o planejamento, controle e avaliação de desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientação histórica para avaliar os resultados
reais (para o controle posterior do fato)

Fonte: Padoveze (2004, p. 39-40).

Os relatórios da Contabilidade Financeira e Gerencial também são diferentes, de modo que a Contabilidade Financeira visando atender as necessidades mais especificamente de usuários externos à organização, elabora relatórios de acordo com as normas fiscais e legais e os princípios da Contabilidade, para que assim seja possível a comparação dos dados entre as empresas. Já a Contabilidade Gerencial foca nas necessidades dos usuários internos à entidade, como os administradores, gerentes e funcionários e gera relatórios que variam de acordo com a necessidade de cada usuário.
Sobre os relatórios gerenciais, Atkinson et al. (2000, p.46) diz que, os contadores gerenciais não podem esperar que um único conjunto padronizado de relatórios vá tender a todas as necessidades dos funcionários e dos gerente.
Nesse diapasão, os relatórios gerenciais estruturam-se de acordo com o interesse e a necessidade de cada usuário, sendo elaborados sem seguir qualquer princípio e norma da Contabilidade Financeira, e os sistemas de informação Contábil devem ser configurados conforme o modelo de gestão de cada empresa, para poder gerar os relatórios adequados. Como já foi dito, esses relatórios atende diferentes níveis hierárquicos, de modo que as informações gerenciais devem ser completas, eficazes e objetivas, sem fazer uso de uma linguagem muito rebuscada, quanto mais clara melhor, o que prevalece nesse tipo de situação é a qualidade e não a quantidade de informação.   
No que diz respeito aos relatórios produzidos pela Contabilidade Financeira, este seguimento gera Demonstrativos dos resultados, Balanço Patrimonial, Demonstrações das origens e aplicações de resultados, estes relatórios preocupam-se com a empresa como um todo.

Ao passo que a Contabilidade financeira está adaptada às exigências fiscais, a contabilidade gerencial está direcionada à gestão da empresa, e ambas têm a sua utilidade e apresentam diferentes características em virtude de seu público-alvo. A contabilidade financeira é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão fora da organização, enquanto a contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores. (PEREIRA FILHO; SANTOS; LOPES, 2010, p. 29).

A maior ênfase para o atendimento desse grupo externo à organização se deu por conta da crescente criação de regulamentação, obrigações acessórias e padronização de relatórios financeiros, criados por entidades regulamentadoras.
Apesar dos relatórios serem distintos e de atenderem às necessidades de diferentes usuários, eles podem ser usados para servir de base de informação um do outro, ou seja, na produção dos relatórios Contábeis gerencial pode ser preciso a utilização de dados contidos nas demonstrações como base informacional. Já no caso dos administradores, se esses souberem interpretar as demonstrações, estas podem servir como um bom ferramental para a tomada de decisão, já que essa demonstram fatos que já aconteceram e que podem servir de exemplo para melhorias administrativas.

Embora essa diferenciação seja amplamente aceita, é importante salientar que os dados constantes das demonstrações contábeis refletem decisões dos administradores e são base para todos os demais stakeholders avaliarem o desempenho da empresa e, por consequência, dos próprios administradores (PEREIRA, 2011, p. 6).

Nesse sentido, nota-se a importância desses dois ramos da Contabilidade para a construção de uma organização bem estruturada como base em informações que contribuam na gestão da empresa.
Os Sistemas de Informação Contábil Gerencial podem contribuir significativamente no desenvolvimento da atividade gerencial da empresa, com a ajuda dos administradores na delimitação de seus objetivos e metas empresariais esses sistemas podem colaborar desde o atendimento das necessidades dos funcionários até o mais alto nível administrativo da organização.

Aplicabilidade da Contabilidade Gerencial 

Diante do que foi exposto, percebe-se com clareza o quanto a utilização da Contabilidade Gerencial é importante para a gestão de uma organização. O aumento da concorrência em nível global acentua cada vez mais a busca por métodos gerenciais que contribuam para que a empresa conquiste a liderança do mercado, saindo na frente os que conseguem colocar em prática ações que visem dinamizar suas atividades, fazendo uso eficiente de seus recursos, fornecendo produtos e serviços de qualidade.
Existem diversos artefatos gerenciais que colaboram com a prática da Contabilidade Gerencial. Temos, por exemplo, Sistemas métodos de custeio por absorsão, Gestão estratégica de Custos, Balanced Scorecard (BSC), Economic Value Added (EVA), Activity Based Cost (ABC), Activity  Based Managent (ABM), orçamento etc.
Mas nesse trabalho iremos abordar somente sobre uma dessas práticas, sobre o sistema ABC.

Sistema Activity Based Cost (ABC)

O sistema de custeio baseado em atividade, ABC, surgiu das necessidades que as empresas sentiram em descobrir novos métodos de custeio. Foi na década de 90, quando as empresas dos Estados Unidos começaram e enfrentar uma grande concorrência com o Japão, Alemanha e outros países, por conta dessa forte concorrência as empresas perceberam que precisariam adotar novos métodos de gestão e novas tecnologias de produção, já que os sistemas tradicionais de custeio não estava funcionando de forma eficaz.
“[..] o custeio ABC surgiu como uma alternativa de tratamento mais qualificado dos custos indiretos de fabricação, o que conduziu à análise das atividades que redundam na ocorrência desses custos.” (PEREIRA, 2011, p. 52).
Podemos conceituar a prática ABC como sendo o método que rateia os custos e despesas indiretos e aloca em várias unidades como base na atividade que os causa. Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 116) dizem que:

Os sistemas ABC primeiro acumula custos indiretos para cada uma das atividades da área que está sendo custeada [...]. Então eles atribuem os custos das atividades aos produtos, serviços ou outros objetos de custo que exigiram aquela atividade (grifo do autor).

A diferença entre o método ABC e os demais métodos tradicionais é que, o custeio baseado em atividade representa uma apropriação mais direta, ele estende mais as suas alocações, nele são usados das atividades para definir o custo dos produtos ou serviços, já o método tradicional geralmente alocam somente os custos diretos de produção aos produtos, ou seja, apenas os materiais diretos e a mão-de-obra direta.

Em geral, os sistemas tradicionais [...] não alocam os custos de outras funções da cadeia de valor. Os sistemas ABC, com frequência, expandem a alocação dos custos para além da produção aos processos do tipo processamento de pedidos, projetos, marketing e serviços aos clientes. Como consequência, os sistemas ABC são mais complexos, mas prometem custos mais acurados para apoiar os tomadores de decisões. (HORNGREN; SUNDEM; STRATTON, 2011, p. 116).

A Figura 1 apresenta um fluxo simplificado do método de custeio por atividade.




Figura 1 – Fluxo do processo de custeio pelo método ABC
 Fonte: Adaptado de Sabadin et al. (2006 apud VASCONCELLOS; MARTINS; MUNIZ JÚNIOR, 2008, p. 328).

O método ABC possibilita uma apuração mais realista dos custos dos produtos e processos, sendo usados em períodos posteriores para poder avaliar o desempenho operacional e também para fazer um planejamento estratégico. E atualmente como o mercado se mostra, a permanência competitiva de uma entidade está estruturada na sua cadeia de valores e no modo de como a empresa distribuem seus custos.
Nesse sentido, sistema de informação gerencial que integre estratégias de custo fazendo uso do método ABC como ferramenta, possibilitará uma melhor tomada de decisão e como consequência disso, uma vantagem competitiva.

Necessidade de informação

Podemos considerar que uma boa informação recebida a tempo é o diferencial inicial para que uma organização possa escolher entre as alternativas que mais favoreça o seu negócio, e assim possa se manter concorrente no mercado.
A informação hoje é necessária em todos os setores de uma organização, seja ela para tomar decisões operacionais, ou para, escolhas feitas no dia a dia da empresa, ou para tomada de decisões estratégicas de longo prazo feitas pelo alto escalão da entidade.
Para tanto é importante a figura do Contador dentro da empresa, já que ele tem por uma de suas funções, fornecer informações e dados que sejam relevantes e que auxiliem os administradores nos processos decisórios do seu empreendimento.
Marion (2006, p. 25) concorda com esse pensamento quando diz que:

A função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de decisões. [...] em nosso país, em alguns segmentos de nossa economia, principalmente na pequena empresa, a função do contador foi distorcida [...], estando voltada exclusivamente para satisfazer às exigências do fisco.

Mas essa realidade está se modificando, pois com toda essa necessidade de informação das organizações, não basta somente que o Contador esteja por dentro apenas das legislações tributárias e trabalhistas, é de fundamental importância que o Contador fique atento aos mais diversos aspectos externos e econômicos, que possam afetar a situação das empresas de seus clientes.  
A informação quando bem direcionada para os objetivos da empresa, é capaz de gera o conhecimento que os gestores tanto precisam sobre a real situação empresarial, e com isso definir melhor as suas metas e alcançar o sucesso desejado, quanto melhor e mais adequada for a informação passada para a empresa, melhor será a base para a tomada de decisão dos administradores.         
No entanto identificar quais os tipos de informações estão sendo requisitadas é um processo complicado, já que essa questão varia de empresa pra empresa e também de quais interesses e objetivos que os administradores pretendem alcançar com o seu empreendimento.
Para McGee e Prusak (1994 apud STROEHER, 2005, p. 22):

Identificar as necessidades e os requisitos de informação constitui a tarefa mais importante dentro do processo de gerenciamento da informação, devido à complexidade, inconstância, rapidez e total imprevisibilidade do mundo dos negócios, que obrigam a que as necessidades de informação dos executivos sejam variadas como os fatores que influenciam a sua organização.  

 Podemos afirmar que a informação deve ser clara, relevante e útil para o administrador e para a empresa, clara, pois ela precisa ser entendida por seus usuários, precisa falar a linguagem de quem está requerendo-a, pois de nada adiantaria a produção de uma informação onde o gestor não entenda o que ela quer lhe passar. Relevante, pois sua a falta faz diferença na tomada de decisão por parte do administrador, e útil, pois a sua utilização traz benefícios para a organização.
 Fica evidente que fornecer todas essas informações faz parte da função Contábil, pois em todos os processos decisórios e até mesmo para o controle interno de uma entidade se faz necessário o mínimo de fornecimento de dados Contábeis.
A Contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples, é necessário manter a documentação dos ativos, das dívidas e das negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez que os recursos são escassos, temos de escolher entre as melhores alternativas, e para identificá-las são necessários os dados contábeis (CREPALDI, 2006, p. 20).

O aumento da confiabilidade na tomada de decisão está diretamente associada a qualidade de informação utilizada, um informação pode ser considerada boa enquanto o seu custo não seja superior ao seu benefício, portanto a empresa deve verificar se o benefício adquirido por essa informação supre o custo de adquiri-la.
 Portanto, podemos concluir que o aumento dessa necessidade de informações por parte das organizações, se dá por conta da grande competitividade mercadológica que estamos vivendo, nesse sentido a informação contábil está se tornando cada vez mais uma ferramenta importante para um eficaz e eficiente desenvolvimento gerencial, planejamento e tomada de decisão das organizações.
Para tanto a Contabilidade conta com o suporte dos Sistemas de Informação Contábil Gerencial, onde este deve estar configurado para atender as necessidades informacionais das empresas, possibilitando uma maior segurança no dia a dia de seus usuários.

A contabilidade e o Sistema de informação contábil gerencial

Podemos caracterizar a própria Contabilidade como sendo um Sistema de Informação Contábil, já que esta contribui nos processos decisórios e funciona como uma ferramenta de controle e registro de atividades de uma organização, fornecendo informações econômicas e financeiras para os mais diversos tipos de usuários.

A contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. Utiliza-se de documentos e informações de origem externa e interna à empresa. Classifica, analisa e registra tais documentos e informações para a posterior emissão de relatórios contábeis e gerenciais [...]. Os relatórios contábeis e gerenciais são utilizados pelos diversos usuários internos ou externos à empresa, para suas tomadas de decisões (OLIVEIRA; PEREZ; SILVA, 2011, p. 78-79).

Porém, como já foi dito anteriormente, a necessidade de informação cresce a cada dia mais dentro das empresas, e para que os dados sejam corretamente interpretados, analisados e repassados para os gestores a Contabilidade vem se preparando e contando com os benefícios que o uso dos Sistemas de Informação Contábil Gerencial podem trazer com a produção de dados úteis e precisos.
Os Sistemas de Informação Gerenciais adaptaram-se as necessidades e deixaram de produzir apenas informações estatísticas e monetárias, para fornecer dados que façam com que a Contabilidade assuma uma função de relevância, realizando serviços com maior agilidade e segurança, gerando informações confiáveis capazes de dar um maior suporte para a gestão empresarial.
A utilização desses sistemas proporciona para os escritórios contábeis uma série de vantagens que visam contribuir com a sua rotina, e com o fornecimento de um serviço diferenciado para seus clientes, já que as informações geradas por esse sistema contribuem e muito no gerenciamento do empreendimento.

A informática proporciona à contabilidade inúmeras facilidades, que vão desde o lançamento e processamento das informações, até a geração dos relatórios que podem ser produzidos pelo sistema. Além dessas facilidades, podem-se associar outros fatores, como segurança, confiabilidade e rapidez nas informações prestadas (OLIVEIRA, 1997, p. 15).

O Sistema de Informação Contábil Gerencial capta dados, processam-nos e os transformam em informações úteis e desejáveis pelos administradores, contudo, é função do Contador identificar quais são as deficiências da empresa para que ele possa prepara, com o apoio do Sistema de Informação Contábil Gerencial, relatórios que contribuam com os diversos setores da organização.

O sistema de informação gerencial exige um planejamento para produção dos relatórios, para atender plenamente aos usuários. É necessário saber o conhecimento contábil de todos os usuários, e construir relatórios com enfoques diferentes para os diferentes níveis de usuários. Dessa forma, será possível efetuar o controle posterior. Só pode ser controlado aquilo que é aceito e entendido. (PADOVEZE, 2004, p. 58-59)

Os relatórios gerados pelo Sistema de Informação Gerencial dão condições para que a empresa perceba com mais clareza a sua real situação, possibilitando assim a construção de planos estratégicos que colaborem com a sua competitividade.
Mas para que essas informações saiam de acordo com a realidade da empresa e que as mesmas sejam capazes que sobreviver às mudanças do mercado é necessário que os Sistemas Contábeis Gerenciais estejam configurados de forma estruturada e de acordo com a necessidade da organização.
Pereira e Fonseca (1997, p, 241) dizem que, os sistemas de informação têm por finalidade a captura e/ou a recuperação de dados e sua análise em função de um processo de decisão. Envolvem, de modo geral, o decisor, o contexto, o objetivo da decisão e a estrutura de apresentação das informações.
Não se pode deixar de falar também do Sistema de Informação Contábil Financeiro, que tem uma grande valia, já que fornece informações econômicas valiosas sobre a situação passada da empresa, que pode contribuir como suprimento de dados requeridos pelo Sistema Gerencial. 
Para Migiyama (2003, p. 4) “Os sistemas de informação contábil gerencial e financeiro são distintos, mas devem estar integrados para suprir suas necessidades de informações, já que um presta e colhe informações do outro.”
Percebe-se então que além de deter informações que contribuam para o processo de tomada de decisão, ainda assim é relevante a utilização de Sistema Contábil Financeiro, para que as informações fornecidas por esse sistema também possam contribuir com os gestores no processo de gestão.
Diante do exposto, podemos concluir que a Contabilidade unida aos Sistemas de Informação Contábil Gerencial, é capaz de assessorar seus clientes por meio de fornecimento de informações relevantes sobre o seu negócio, possibilitando que a organização alcance seus objetivos alicerçadas em informações confiáveis, de qualidade e em tempo hábil.

Gestão Empresarial e a Tomada de Decisão

A cada dia o mundo dos negócios fica cada vez mais competitivo, o atual contexto mercadológico se caracteriza pela acelerada mudança no ambiente econômico, nas tecnologias e também nos métodos organizacionais, e em meio a toda essa turbulência uma boa gestão empresarial, a capacidade de absorver conhecimento e acompanhar todas essas mudanças é essencial para que a empresa se mantenha com uma vantagem competitiva perante as demais entidades.
Com essa acirrada competição o conhecimento é a base fundamental para que as organizações consigam realizar uma boa gestão e se manter no mercado. Uma boa qualidade na gestão empresarial é o fato mais significativo para o desempenho e sucesso de uma empresa. Mas mesmo com que a empresa tenha diversos tipos de informação sobre o seu negócio, é necessário que a empresa saiba como gerir todo esse conhecimento a seu favor.
Terra (2005, p. 1-2), diz que:

A Gestão do Conhecimento vai, no entanto, muito além, do investimento em tecnologia ou o gerenciamento da inovação. A Gestão do Conhecimento nas organizações passa, necessariamente, pela compreensão das características e demandas do ambiente competitivo e, também, pelo entendimento das necessidades individuais e coletivas associadas aos processos de criação e aprendizado.

Cada empresa tem seu estilo de gestão, o que acaba determinando a sua natureza organizacional. Quando se fala de gestão é importante ser discutido o papel da alta administração, quais os funcionários a empresa deve foca seus esforços, delegação de competências, deve ser definido as metas e a criação de estruturas organizacionais e práticas de organização do trabalho.
Toda empresa tem a intenção de atender determinados objetivos pré-estabelecido, e uma boa gestão empresarial só vem pra contribuir com isso, visto que as empresas que não vêm se preparando e se adequando a essas exigências administrativas gerenciais tendem a serem extintas do mercado.
Diante disso, podemos afirmar que o processo de gestão empresarial é o ato de dar suporte ao processo de tomada de decisão, por meio de um planejamento estratégico, operacional e controle.
Diariamente os gestores lidam com diversos tipos de situações que requerem a escolha entre a melhor alternativa para a sua empresa. Tomar uma decisão eficiente e em tempo hábil é considerado um grande diferencial competitivo no mundo dos negócios.
Como já foi dito, a informação é uma ferramenta que se tornou indispensável pelas empresas, e o Sistema de Informação Gerencial aliado com as técnicas e procedimentos contábeis podem contribuir bastante com esse processo informacional, já que os sistemas são geradores de informações desejadas que servem de suporte para os gestores no processo de tomada de decisão.
Stephen e Coulter (1996, p. 126), dizem que, a situação ideal para a tomada de decisões é a de certeza, ou seja, o administrador pode tomar decisões precisas, pois o resultado de cada alternativa é conhecido.
Podemos entender que quanto melhor for a conhecimento do gestor sobre o seu negócio e as mutações que nele ocorrem, e quanto mais cedo essas informações forem repassadas para ele, melhor e mais rápida será a escolha feita pela empresa, pois o gestor terá a certeza de sua decisão, já que o seu conhecimento antecipado possibilita saber dos resultados das suas alternativas.
A tomada de decisão é a ação final que será executada na empresa. No processo decisório o gestor entende as informações passadas e avalia a melhor alternativa a ser tomada pela empresa, se modo que a entidade permaneça no mercado tendo conhecimento dos desafios que podem acontecer futuramente.
Segundo Pereira Filho, Santos e Lopes (2010, p. 36):

É através das tomadas de decisões que as organizações procuram alcançar os seus objetivos a curto e longo prazo. De modo geral as organizações têm como objetivo atender às expectativas dos clientes, continuidade, maximização dos lucros e bem-estar social, pois há diversos problemas de ordem gerencial que, somente a tomada de decisão tem como função eliminá-los. Todavia, o gestor necessita ter em mãos informações sobre a real situação da empresa, para decidir com precisão e de forma mais sensata possível.

O processo de tomada de decisão é o mais importante, pois é nele que vai ser definido o melhor caminho a ser seguido na empresa, é no processo decisório que vai ser verificado se o objetivo da empresa vai ser alcançado, onde serão colocados em prática tudo que foi planejado pelas informações geradas pelos Sistemas de Informação Gerencial. 
Nesse atual cenário mercadológico, a possibilidade de captar informações e tomar decisões rapidamente é de extrema importância dentro da empresa, já que é com base nas decisões tomadas que a empresa vai dar continuidade no seu objetivo que é obter lucro com o seu negócio.
A informação tem o poder de decidir o futuro da organização, portanto, a tomada de decisão rápida e precisa constitui um diferencial para que a empresa possa atender com maior agilidade as solicitações da demanda, de modo que o fornecimento de serviços diferenciados ajude na competitividade da entidade.
“O executivo deve sempre lembrar de que o SIG é um sistema projetado para oferecer ao referido executivo, informações seguras para a tomada de decisões sólidas que resultem na concretização dos objetivos previamente estabelecidos” (OLIVEIRA, 2002, p. 41).
Observa-se então, que a tomada de decisão está interligada a capacidade de gestão das informações que a empresa dispõe, visto que, fazer escolhas em um ambiente de incerteza, onde o gestor não tem praticamente nenhum conhecimento das variações do seu negócio, quer dizer desconhecer das consequências que podem vim a acontecer na sua empresa.

Nesse sentido, conclui-se que a utilização do Sistema de Informação Gerencial e com um Contador que tenha conhecimento dos procedimentos Contábeis e também de outras ciências, como, administração, economia e estatística, podem fornecer informações gerenciais privilegiadas para a empresa. De modo que o gestor deve se valer de todos os mecanismos para possibilitar que a sua tomada de decisão seja a mais segura possível para a continuidade de sua empresa.