quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CONTADORES ESTÃO ENTRE OS PROFISSIONAIS MAIS RAROS O BRASIL

É isso. Área com alto valor de empregabilidade, com procura fenomenal por parte do mercado, e, a cada dia mais intensamente requisitada tanto em termos de consultoria interna como externa às empresas. No entanto, é importante não se enganar. A indicação de raridade, não se exprime no tocante a condição de que se formam poucos bacharéis no Brasil, mas sim, em função do alto grau de qualificação que se requisita nesse profissional. Veja o que diz a senhora Márcia Almström, diretora de recursos humanos:

“É preciso dominar o aspecto técnico das finanças, mas também ter um perfil de influenciador e consultor interno a respeito do negócio”

Para melhor compreensão e abrangência, vejam a matéria abaixo, publicada no http://aegcontabil.com/:

“São áreas com forte apelo técnico”, comenta Márcia Almström, diretora de recursos humanos da empresa responsável pelo levantamento, cuja versão global entrevistou mais de 37 mil empregadores. Isso quer dizer que é só lidar bem com números e o emprego está garantido? Não é bem assim, segundo a executiva. Almström explica que, associadas a competências técnicas, também estão em falta as chamadas ‘soft skills’ ou habilidades mais ‘brandas’, ligadas a gestão e liderança, por exemplo.
“Para se dar bem num mercado tão sedento por eles, esses profissionais raros precisam construir sua carreira além do conhecimento técnico e buscar outras qualificações”, afirma. Dos 42 países focalizados pela pesquisa, o Brasil é o 4º com maior escassez de talentos, empatando com a Argentina. “Entre outros motivos para essa situação, há um grande aumento da competitividade, avanços tecnológicos e lacunas na formação profissional”, explica Almström. Além dos profissionais já citados, no ranking também figuram operários, motoristas, técnicos e trabalhadores de ofício manual.

A seguir, veja lista dos 10 profissionais mais buscados no Brasil:
1. Operários
São os profissionais que fazem qualquer tipo de trabalho braçal em diversos setores da economia, como indústria, agricultura e comércio.
Por que estão em falta: “Está difícil encontrar quem tenha experiência como operário”, aponta Márcia Almström, diretora de RH do Manpower Group. De acordo com ela, o mercado está esvaziado pela busca natural dos profissionais por ocupações mais qualificadas e consequente aumento de renda.
Posição no ranking em 2014: 1º
Posição no ranking em 2013: 5º
2. Técnicos
São profissionais formados em cursos com duração habitual de 2 anos. Exercem tanto funções gerenciais quanto operacionais em diversas áreas, como automoção, alimentos ou edificações, por exemplo.
Por que estão em falta: Segundo Almström, nos últimos 30 anos, pouco se investiu em cursos para formar técnicos no Brasil. “Hoje, colhemos os frutos de privilegiar o ensino superior, e só colheremos os frutos de programas como o Pronatec daqui a alguns anos”, diz.
Posição no ranking em 2014: 2º
Posição no ranking em 2013: 1º
3. Motoristas
Os condutores de veículos mais escassos são os ligados ao transporte de cargas, isto é, os motoristas de caminhão.
Por que estão em falta: Ser motorista hoje não é só saber dirigir – e a mão de obra não tem acompanhado as novas exigências. “Pela evolução dos meios de transporte, esse profissional precisa dominar diversas tecnologias, como o GPS, além de painéis e dispositivos cada vez mais sofisticados presentes nos caminhões”, explica Almström.
Posição no ranking em 2014: 3º
Posição no ranking em 2013: 7º
4. Secretários pessoais, assistentes administrativos e auxiliares de escritório
São profissionais que exercem funções de apoio à administração, articulando o trabalho cotidiano do escritório e facilitando fluxos.
Por que estão em falta: Novamente, faltam competências exigidas pelo mercado atual. Isso porque faz parte do passado a figura da secretária que só atendia telefonemas e anotava recados. “Hoje é preciso dominar idiomas, ter conhecimento em programas como Excel e dominar ferramentas online de teleconferência, por exemplo”, explica Almström.
Posição no ranking em 2014: 4º
Posição no ranking em 2013: 8º
5. Trabalhadores de ofício manual
São profissionais autônomos que empregam habilidades específicas, tais como eletricistas, costureiras, sapateiros, pintores e encanadores.
Por que estão em falta: A situação se deve à movimentação da força de trabalho na direção de atividades com maior qualificação. “Esses profissionais têm buscado formação para melhorar de vida, e acabam abandonando suas ocupações antigas”, diz Almström.
Posição no ranking em 2014: 5º
Posição no ranking em 2013: 4º
6. Profissionais de TI
São aqueles que cuidam da infraestrutura, da gestão de computadores e de todos os processos relacionados a tecnologia da informação. O profissional é disputado tanto por empresas de desenvolvimento de software quanto por bancos e companhias de telefonia celular, por exemplo.
Por que estão em falta: As empresas têm apresentado demanda crescente por soluções de TI, mas não há oferta suficiente de mão de obra. “O ritmo de formação de profissionais ainda não acompanha a expectativa dos contratadores”, explica a diretora de RH do Manpower Group.
Posição no ranking em 2014: 6º
Posição no ranking em 2013: não apareceu
7. Contadores e profissionais de finanças
São aqueles que acompanham, medem e garantem a saúde financeira da empresa. Em tempos de exigência por produtividade máxima, cuidam da gestão dos custos e da rentabilidade do negócio.
Por que estão em falta: A realidade no mundo dos negócios mudou. Hoje, as empresas não precisam apenas do profissional que registra dados numéricos e faz apontamentos. “É preciso dominar o aspecto técnico das finanças, mas também ter um perfil de influenciador e consultor interno a respeito do negócio”, (Almström).
Posição no ranking em 2014: 7º
Posição no ranking em 2013: 3º
8. Operadores de máquinas e de produção
São profissionais que dominam o manuseio operacional de diversas máquinas na indústria e na agropecuária, por exemplo.
Por que estão em falta: A falta de profissionais habilitados para suprir a demanda tem a ver com os avanços tecnológicos em maquinarias. “Hoje, os equipamentos são muito mais complexos do que há 20 anos, e faltam profissionais com competências em dia com essas atualizações”, explica Almström.
Posição no ranking em 2014: 8º
Posição no ranking em 2013: 2º
9. Engenheiros
São profissionais que podem ser empregados em praticamente qualquer tipo de indústria. Hoje fazem falta engenheiros para áreas que vão de infra-estrutura e exploração de petróleo até bancos e empresas de telecomunicações.
Por que estão em falta: Almström afirma que os cursos de Exatas têm despertado pouco interesse nos jovens, o que explicaria em parte a falta de engenheiros. “Além disso, a demanda por eles cresceu muito nos últimos anos, devido à necessidade de desenvolver a economia”, afirma.
Posição no ranking em 2014: 9º
Posição no ranking em 2013: 6º
10. Gerentes de vendas
São profissionais responsáveis pela geração de negócios, muitas vezes em escala global, combinando habilidades de gestão, conhecimentos em finanças e domínio da comunicação.
Por que estão em falta: “Ter lucro ficou mais difícil com a nova forma de fazer negócios hoje”, diz Almström. Gerir vendas se tornou um papel muito mais complexo do que no passado. “É preciso ser mais criativo, saber lidar com números e ter capacidade de liderar, mas poucos são os profissionais que atendem a todas essas exigências”, afirma.
Posição no ranking em 2014: 10º
Posição no ranking em 2013: não apareceu
Fonte: Exame

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

No processo de ensino/aprendizagem de ciências contábeis, a partir da perspectiva discente, quase sempre se observa uma intensa ansiedade com a convivência das práticas contábeis, porém, sempre reivindicando recursos meramente ferramentais, típicos da formação profissional técnica de auxiliares da contabilidade, preocupados que se isso não acontecer não estariam preparados para enfrentar o mercado de trabalho.

Essa premissa advém de uma relação profissional, onde os contadores são tidos como entes executores de atividades burocráticas repetitivas menores, como por exemplo, o simples e fácil atendimento de determinismos legais obrigatórios, no tocante a aspectos societários/tributários, eliminando ou encobrindo a essência fundamental da existência da contabilidade desde os seus primórdios há mais de 8.000 anos.

Considerando que empreendimentos, de quaisquer espécies, complexidades ou tamanho, no decorrer de sua existência têm como premissa básica, tomar decisões negociais, econômicas, financeiras, de gestão, etc., necessitando para tanto de informações e assessorias qualificadas, com vistas a ser bem sucedidos ou pelo menos errar menos, minimizando os riscos de perdas, prejuízos e insucessos em geral.

Também é importante considerar que, a contabilidade, como ciência, área ou ferramenta deve estar qualificada para oferecer fortes recursos e informações aparelhadas para o auxílio da melhor decisão para empreendedores de toda espécie. E, para tanto a preocupação básica do estudante ou profissional da contabilidade, deveria ser acima de tudo, preparar-se para atender as necessidades dos gestores nas suas mais abrangentes e complexas exigências, usando para tanto os recursos oriundos do processamento contábil, a partir de interpretações e estudos críticos qualificados, produzidos com apoio de pensamentos e conhecimentos de outras áreas, com vistas a fornecer o melhor, mais abrangente e real, para o desempenho do empreendimento, quanto a aspectos: econômicos, financeiros, fiscais, tributários, gerenciais, operacionais, mercadológicos, etc., efetivando-se assim, como o mais próximo e profícuo parceiro do empreendedor.

Dentro desse contexto, uma das ferramentas mais eficientes e contributivas é a análise financeira e econômica, baseada em índices, pois possibilita a comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros afins. Através desse recurso é possível avaliar e emitir pareceres e diagnósticos sobre diversas questões, como:
  • Concessão/captação ou não de créditos;
  • Investimento em capital acionário;
  • Alteração de determinada política financeira;
  • Avaliação se a empresa está sendo bem administrada;
  • Identificação de sua capacidade de solvência (risco de falência) etc.

A análise das demonstrações contábeis, conforme ensina Iudícibus (2008a, p.1), é tão antiga quanto à origem da contabilidade. Assaf Neto (2010a, p.35) determina que sua finalidade seja “relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas a posição econômico-financeira atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras, permitindo assim, a geração de informações passadas sobre a posição financeira de uma organização a fim de realizar projeções futuras.

Uma quantidade considerável de ferramentas já testadas e aprovadas para uso com eficiência na análise das demonstrações contábeis, encontram-se à disposição de contadores, administradores, economistas, analistas financeiros e interessados, que se aplicadas com critério, e, com uma consistente capacidade de interpretação, podem gerar pareceres e diagnósticos eficientes, com vistas à produção de informações úteis que auxiliam a tomada de decisão por gestores em seus diversos fazeres ou decidires acerca da vida empresarial.

Como exemplos podem ser indicados alguns ferramentais, como:

1 - Para efeito de avaliação de desempenho empresarial, pode-se aplicar o Sistema de Análise Dupont, considerado como um verdadeiro sistema de busca, sendo possível verificar com um bom grau de eficiência, os seguintes indicadores de desempenhos da empresa:
  • Taxa de Retorno do Investimento Total (Ativo Total) da empresa;
  • Taxa de Retorno do Investimento do Acionista (Patrimônio Líquido);
  • Margem Líquida de Lucratividade;
  • Giro dos Ativos em Relação às Receitas Líquidas da atividade principal da empresa;
  • Fator de Alavancagem Financeira, obtido em função da utilização dos capitais de terceiros, em relação às Origens de Recursos totais obtidas pela organização.

Com a utilização de ferramental desse porte, é possível com amplitude, investigar e identificar quais os elementos patrimoniais ou de resultado estão influenciando positivamente ou negativamente o desempenho empresarial, possibilitando decisões coerentes com vistas a serem mais bem trabalhados os pontos fortes ou fracos da gestão empresarial.

2 - Outro ponto de referencial importância na vida de qualquer negócio é a administração do seu capital de giro operacional. Elemento que quase sempre determina a continuidade ou não da existência da organização. Portanto, uma área funcional muito sensível e de vital importância. Com vistas a gerenciar esse setor com competência, pode-se utilizar uma ferramenta de Gestão do Capital de Giro Operacional, baseada no modelo Fleuriet, que a partir da demonstração contábil do Balanço Patrimonial, especialmente dos Ativos e Passivos Circulantes, pode-se determinar com precisão, indicadores como:
  • Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG);
  • Ciclo Financeiro;
  • Análise ou decomposição da NLCG;
  • Efeito Tesoura.

E, com esses indicadores apurados e criteriosamente analisados é possível perceber problemas e caminhos para soluções, com vistas a uma equilibrada gestão econômico-financeira do capital de giro operacional ideal dos negócios.

3 - Outras duas questões recorrentes de uma gestão empresarial comprometida com a qualidade, que podem muito bem ser investigadas, analisadas e respondidas à luz da utilização de demonstrativos contábeis, nesses casos, a partir da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), são:
  • A gestão da empresa está sendo competente, a ponto de gerar Fluxos de Caixa Operacional suficiente para o equilíbrio financeiro (cobrir todas as obrigações) da atividade operacional (razão da existência do negócio)?
  • Os Lucros Finais apurados pela empresa, após considerar 100% dos custos de todos os capitais aplicados no negócio (capitais de terceiros e próprios), estão efetivamente gerando valor para a empresa?

Para atender ou vir como recurso de esclarecimento e orientação para uma gestão eficiente às questões acima, podem ser utilizadas com bastante utilidade as seguintes ferramentas:

  • Cálculo, apuração e interpretação do EBITDA (Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization) para a questão a.

  • Cálculo, apuração e interpretação do EVA (Economic Value Added) para a questão b.

Outras tantas ferramentas, sofisticadas ou mais simples, podem e devem ser utilizadas com vistas a interpretações e análises das demonstrações contábeis, com vistas ao suporte da gestão empresarial competente e comprometida com a eficiência e a eficácia organizacional.


Com isso, quer-se mostrar a imensa vantagem competitiva que a contabilidade gerencial, minimamente aplicando os recursos inerentes a Análise Econômico-financeira sobre os relatórios contábeis, pode propiciar ao gestor empresarial, com vistas a poder tomar decisões negociais mais conscientes, consistentes e com riscos minimizados.

Autor:
Professor Flávio Dantas