sexta-feira, 27 de abril de 2012

MERCADO DE CONTABILIDADE É FAVORÁVEL À PROFISSIONAIS QUALIFICADOS

“Onde estão os contadores especializados?”
Essa é uma questão recorrente do mercado de contabilidade após a adequação da nossa contabilidade aos padrões internacionais.
Quando os estudantes dos cursos de contabilidade no Brasil exigirão de suas faculdades de ciências contábeis, integral aderência a esses reclames do mercado de trabalho contábil?
Pensando nossa realidade, não vejo incentivos para estudos científicos produzidos academicamente por docentes e discentes que nos leve a investigar se:
§  As estruturas curriculares, instalações e tecnologias disponíveis (laboratórios, inclusive bibliotecas);
§  Qualificação de professores e dirigentes dos cursos de ciências contábeis;
§  Implantação de atividades de extensão universitária.
Estão efetivamente de acordo com as exigências dos referidos padrões contábeis, e, consequente necessidade desse mercado em expansão permanente desde 2009.
Para reflexão e avaliação crítica sugiro a leitura do artigo postado.
País precisa de contadores
A partir da adequação obrigatória ao novo padrão internacional de contabilidade, os International Financial Reporting Standards (IFRS), em 2009, ocorreu uma grande transformação no mercado de auditoria e consultoria do Brasil.
Na mesma época, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu diversas resoluções, estabelecendo um novo padrão contábil para as empresas que não estavam enquadradas na Lei 11.638/2007, conhecida como a Nova Lei das S.A., cujo objetivo principal é harmonizar as regras brasileiras com as implementadas no mercado europeu. Com isso, chegou a vez de as pequenas e médias empresas se adaptarem às normas internacionais.
A aplicação dos International Financial Reporting Standards elevou os níveis de transparência, pois os balanços tornaram pública a real saúde financeira e patrimonial das empresas, e a conversão das normas internacionais de relatórios financeiros permitiu às companhias pequenas e médias remodelar os negócios com índices reais de desempenho. Além disso, nos últimos anos surgiram novas obrigações com o Fisco, como o Sped Contábil, o Sped Fiscal e a Escrituração Fiscal Digital (EFD) do PIS e da Cofins, que tomam muito tempo dos profissionais ou exigem a contratação de outros especialistas no assunto.
Queda
Mas ao olharem para o lado, empresários e empreendedores se perguntaram: “Onde estão os contadores especializados?”
Neste sentido, a situação não fica muito diferente quando pensamos apenas no Estado de São Paulo. São 133.848 profissionais, sendo 73.309 contadores e 60.539 técnicos contábeis registrados. Há 19.739 organizações contábeis, das quais 9.257 são constituídas por empresários ou escritório individual, e temos um saldo de 10.482 sociedades. Cabe ressaltar que, dos 73 mil contadores registrados, uma parcela atua como auditor, perito ou consultor sem trabalhar diretamente como contador.
“Em dez faculdades paulistas pesquisadas pelo IBGE, aproximadamente duas mil vagas para Ciências Contábeis são abertas por ano. Supondo que apenas 60% cheguem ao fim do curso, teremos em torno de 1.200 profissionais. Deste total, se 60% trabalharem na área, chegaremos a 720. Como desde 2011 o setor adota o exame de suficiência para poder se registrar no Conselho Regional de Contabilidade e o índice de aprovação na última edição foi de 54%, teríamos apenas 389 pessoas aprovadas por ano”, analisa o diretor da BDO RCS.
Deste total, mesmo que aprovadas, nem todas as pessoas terão o CRC ou o conhecimento pleno das normas dos IFRS. “Não é possível saber ao certo quantos profissionais habilitados ingressam no mercado, mas certamente é um número insuficiente para atender à demanda que não para de crescer nos escritórios contábeis, nas empresas de auditoria e consultoria e nos milhares de empresas que possuem contabilidade interna”, diz Amano.
Impactos
Segundo Amano, as mudanças dos IFRS viraram do avesso a rotina dos contadores brasileiros, uma vez que as regras eram bem diferentes das aplicadas no mercado nacional. As adaptações às normas internacionais foram feitas por meio da Lei n. 1.638/2007, -que atualizou a Nova Lei das S.A.- e dizem respeito principalmente às demonstrações contábeis. Para que a contabilidade brasileira pudesse estar de acordo com os IFRS, foram introduzidos também novos conceitos na legislação societária do País. “Um dos maiores desafios que enfrentamos foi convencer os contadores de que a norma contábil é soberana e está acima da legislação tributária. Muitos deles, especialmente os que lidam com pequenas e médias empresas, tiveram ou ainda têm uma grande resistência em se adequar às normas dos IFRS, pois elas alteram a forma de lançamento contábil que o contador estava acostumado a fazer com base na legislação tributária.”
A Lei n. 11.638/2007 entrou em vigor no primeiro dia de 2008, estendendo-as às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações.

Publicado Jornal Contábil em 27/04/2012

Fonte: DCI – SP

domingo, 22 de abril de 2012

Tese de Dilma Segundo Prof. Stephen Kanitz

Pois é pessoal, fugindo um pouquinho dos temas mais dirigidos à contabilidade, mas não nos afastando do nosso foco principal que é provocar debates e reflexões, sugiro aos senhores a leitura abaixo de dois bons artigos do Professor Stephen Kanitz, que nos remete a pensar se faz realmente sentido as ações do governo Dilma acerca das perspectivas levantadas pelo referido professor. Vejam os dois artigos abaixo e façamos nossas próprias avaliações...



Dilma Implanta a Sua Tese, em Menos de 15 Meses

Em 2007 na Veja, defendi a Dilma no seu projeto de abaixar os juros que ninguém achava que era possível, até ontem.
"Ela precisará de todo o apoio dos engenheiros, administradores, contadores, advogados, médicos que querem ver o custo da "renda fixa" cair, obrigando os investidores a virar empreendedores e a assumir o risco da "renda variável".
"Ela já tem o meu total apoio, agora só falta o seu".
Dilma baixou o Custo de Capital das empresas brasileiras para 2% ano, algo que noticiou.
"Se o estado paga 13% ao ano de "renda fixa" para "rolar" a sua dívida, nenhum projeto empresarial com retorno abaixo de 13%, 14% ou talvez até 19% será retirado das gavetas, devido ao risco do negócio."
"Nenhum administrador ou empreendedor vai assumir o risco de quebrar, o risco de perder tudo, o risco de processos trabalhistas e de consumidores, se o estado oferece 13% ao ano, e sem risco."
Em vez de discutir o que escrevi acima, todo mundo está discutindo que os Spreads dos Bancos continuam elevados, que a caderneta é a opção.
O que ninguém se deu conta é que temos agora R$ 1 trilhão de Órfãos dos Juros Nominais dos Economistas do Estado, que não mais receberão os polpudos juros que os permitiam fazer nada.
Com somente 2%, vão mudar de ideia.
Vão ter que agora fazer algo, vão ter que investir em fundos de ações, fundos de private equity, e concorrer com os Bancos.
Se os Bancos não quiserem reduzir os Spreads, os fundos de private equity irão emprestar no seu lugar, com muito mais cuidado, governança e ajuda administrativa. Bancos nem sabem mais fazer isto.
Escrevi outros posts sobre a Tese da Dilma (veja um deles abaixo).
Nem eu, honestamente, acreditei que a Dilma seria tão rápida e que isto ocorreria somente em 2013 ou 2014.
Um ano antes do planejado, a reeleição da Dilma está praticamente garantida, se o que ocorreu ontem for noticiado.
Só falta os que querem ver este país crescer divulgarem o significado de tudo isto para o desenvolvimento das empresas brasileiras, algo que faltou fazer.
Se ninguém perceber que o que acaba de ocorrer, o que a Dilma disse há mais de 5 anos que faria, se ninguém perceber que tudo isto aconteceu e não aproveitar esta janela de oportunidade, se todo mundo ficar falando de caderneta de poupança como opção e ficar culpando os Bancos que no mundo inteiro estão morrendo de velhos, vamos novamente morrer na praia.
Divulguem isto, minha gente, a China fez isto em 1986. Estive lá e vi com meus olhos. Por isto, tenho a segurança de dizer o que estou dizendo agora. O Custo do Capital das Empresas é a variável crítica deste país, não o Dólar ou a Taxa de Câmbio.
Como só tenho 19.000 seguidores no Blog, sei que vamos morrer na praia, sei que vamos jogar mais um bilhete premiado, como tantas vezes fizemos. Não entendo porque tão poucos seguem um blog que realmente informa com antecedência o que vai acontecer neste país. Deve ser minha péssima redação.
Esta é a nossa última chance, acreditem em mim. Não desperdissem esta última oportunidade.

Publicado Originalmente no Blog do Prof. Stephen Kanitz, em 20/04/2012
http://blog.kanitz.com.br/2012/04/dilma-implanta-a-sua-tese-em-menos-de-15-meses.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+stephen_kanitz+%28Stephen+Kanitz+the+blog%29



A Tese da Dilma e a Miriam Leitão

Escrevi este artigo depois de assistir uma entrevista da Dilma com a Miriam Leitão, na Globo, onde ela não parava de atacar a Dilma pela lentidão no PAC.
No meio da conversa, Dilma introduziu o conceito de custo de capital, e que a dívida interna brasileira era a culpada pelo seu alto nível elevando os juros e reduzindo o apetite para tomar riscos no Brasil.
Nenhum economista jamais havia feito um mea culpa em público como esse, que o Brasil não crescia porque o Estado toma para si 1 trilhão de recursos e gasta mal.
É o que os administradores, há 40 anos, vêm alertando como sendo o "crowding out", o Estado competindo de forma desleal com o setor produtivo, tomando para si toda a poupança nacional.
Desleal, porque anunciam que é "garantida por dois governos", que é um "investimento sem risco", algo que a imprensa especializada não para de falar.
Esquecem dos calotes e das manipulações da correção monetária, que a imprensa, com exceção da Veja, raramente comentou.
Uma ex-guerrilheira falando de Custo de Capital das empresas? Que avanço na discussão econômica deste país.
Só faltava ela mencionar o WACC (Weighted Average Cost of Capital).
Dei um pulo, e fiquei impressionado que Miriam simplesmente mudou de assunto, diante de uma revelação destas.
Dilma aprendeu conceitos como WACC quando Ministra de Minas e Energia, de um diretor financeiro do setor, amigo meu.
Ela, segundo ele, aprende rápido. 
Fomos sempre iludidos a pensar que os juros são elevados por política monetária, que bastava reduzi-los por vontade política, por decreto.
Quanta bobagem!
Reduza os juros rapidamente e haverá enormes saques de Títulos Públicos, e o governo teria que aumentar os juros rapidamente, por falta de recursos para saldar os que estão se retirando.
O ineditismo na entrevista da Dilma é dizer que os juros são elevados porque a dívida do Estado é elevada.
Um Estado que precisa "rolar" a sua dívida continuamente se coloca como presa fácil dos Bancos.
É a ideia equivocada difundida por Delfim Netto, que "dívida não se paga, dívida se rola".
E quem não tem como pagar uma dívida, é indefeso ao aumento dos juros impostos pelos bancos.
Por outro lado, comece a pagar parte de uma dívida, e os juros caem.
Basta às vezes somente ameaçar ou blefar, mas sabendo a máxima do Delfim Netto, os juros só subiam, até ser o mais elevado do mundo.
Dilma não somente vai ameaçar saldar a dívida, mas pretende devolver 50% desta dívida aos bancos, reduzindo os juros drasticamente, que comentarei nos próximos artigos.
A Miriam Leitão, para meu espanto, não percebeu a mudança de paradigma foi quando foi forçado a escrever este artigo na Veja, dando total apoio à Dilma na sua luta, e obviamente irritando o dono da Veja.
Eu acho que alguém tem que elogiar o governo, mesmo sendo de oposição, quando falam a coisa certa.
O editor da Veja, diga-se de passagem, não mudou uma vírgula, pergunta que me fazem toda semana, nem a frase "nós administradores de esquerda", uma frase que eu estava testando, para ser usada num artigo futuro, que comentarei.
Escrevendo o artigo, descobri para minha surpresa que a tese já estava contida no discurso de posse do segundo mandato de Lula, ignorada totalmente.
No próximo artigo, vou elaborar mais profundamente as implicações desta tese, que me permitiu dizer como ando dizendo, que os próximos 20 anos serão os melhores da nossa história.
Conhecendo o perfil gerencial da Dilma, tenho certeza que ela implantará a sua tese, custe o que custar.

Apesar da torcida contra, e os simples observadores que acham que nestas horas ninguém precisa ajudar.

Se conseguir, Dilma garantirá a sua reeleição e a escolha do seu sucessor.

É esta a verdadeira função da imprensa.

Elogiar a oposição quando ela confessa que errou, e apoiá-la no seu intento de mudar de rumo. Perdi a minha coluna na Veja, mas faria de novo.


Publicado Originalmente no Blog do Prof. Stephen Kanitz, em 19/11/2010
http://blog.kanitz.com.br/2010/11/a-tese-da-dilma-e-a-miriam-leit%C3%A3o-.html

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Contador trabalha cada vez mais para o governo


O segmento contábil caminha à frente de outros países da América no que diz respeito a organização e ferramentas de pagamento



O ano de 2012 promete ser de mudanças dentro do setor de contabilidade. De acordo com Luiz Fernando Nóbrega, presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRCSP) o segmento contábil caminha à frente do de outros países da América no que diz respeito a organização e ferramentas de pagamento, e o que falta para o setor deslanchar é a contra partida do governo federal no que diz respeito a carga tributária e simplificação dos trâmites legais.

Não há dúvida de que estamos entre os países mais avançados no setor de contabilidade. O que esperamos agora é que se desenvolva um processo mais fácil e menos burocrático, para que o contador tenha mais tempo para analisar separadamente cada ação, e agir melhor, afirmou o executivo.

De acordo com Nóbrega o papel do contador no Brasil está um pouco distorcido. Hoje o contador não trabalha para o cliente mas para o governo, disse ele, e continuou: Uma desburocratização por parte do governo eliminaria uma série de informações redundantes que são constantemente enviadas.

 A expectativa do executivo é de que este ano o setor cresça a cima do crescimento médio da economia—por volta de 5%— e o que puxará o segmento é a força do meio contábil, que se faz cada vez mais necessário. A profissão contábil adentra 2012 com uma expectativa ainda maior do que a de 2011. Estamos sendo cada vez mais reconhecidos pela sociedade com um papel de destaque no auxílio efetivo aos nossos clientes. As normas internacionais estão se consolidando tanto na área privada quanto na pública, diz.

 E com a desburocratização também será importante para valorizar o profissional da área. Quando o governo perceber que há uma necessidade de rever formas de tributação, nós mudaremos toda a cultura do segmento, assevera Nóbrega,e explica:Feito isso, o profissional irá escrever mais, pensar mais, e as tributações serão mais justas, e o crescimento será latente, teremos escritórios que contratarão ainda mais, universidades formarão ainda mais e empresas perceberão a necessidade de profissionalizar este setor, disse.

 De acordo com executivo um dos passos caminhados ano passado pelo mercado contabilista brasileiro, que resultará num cenário positivo para o setor, é o destaque do País na adequação de leis internacionais de tributação. O Brasil se tornou um dos líderes mundiais do processo de convergência das normas contábeis, no ano passado.

Exemplo disso, explicou Nóbrega, foi a criação de um grupo do setor que representa a América Latina, e dá voz ao Brasil e países vizinhos sobre o setor. Criamos ano passado o Grupo Latino-americano de Emissores de Normas de Información Financiera (Glenif), presidido por um brasileiro, Juarez Domingues Carneiro, que também é presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), dando voz efetiva aos países latinos dentro do International Accounting Standards Board (Iasb). Esta conquista permitirá uma transposição interna muito melhor para as normais internacionais, haja vista nossa interferência no processo de elaboração destas.

Nóbrega afirmou ainda que o encaminhamento desta postura internacional resultará em promoção do profissional e da sociedade com relação ao setor. Ele explica ainda que para este ano, as mudanças pleiteadas pelo CRC estão em âmbito nacional são as mesmas feitas há algum tempo. Nosso pleito acaba se tornando um clichê, mas esperamos uma redução e simplificação da carga tributária, além de uma desburocratização dos processos de constituição e licenciamento das empresas.

Isso se traduz, para nós, profissionais da contabilidade, em uma economia de tempo valiosa que nos permitirá atuar em áreas mais nobres para os nossos clientes, áreas estas que possam gerar um maior valor com nossos serviços, analisa.

Mudanças

O executivo explica que há uma movimentação conjunta entre associações, empresas e contadores para pressionar o governo e mudar a realidade tributária do Brasil. É uma ação conjunta com pressão por parte dos órgãos que representam o setor,além de empresas que buscam melhorias.

Um dos meios usados para isso, explica, é a Internet. Já derrubamos algumas barreiras, mas ainda há muito que conquistar nesse meio ainda, disse. Falamos de um futuro ainda mais promissor, de um setor que não cresce mais em razão de impasses do governo, então, percebemos cada vez mais a ciência do contador com relação a isso, e a busca por melhorias, disse.

Damos assistência a todos os setores da economia, crescemos junto com todos eles, afirmou Nóbrega, que acrescentou: Para crescermos acima da média, precisamos otimizar o trabalho do contador, precisamos que ele gaste mais tempo descrevendo, por escrito, a realidade de cada negócio,e assim a tributação será mais justa, afirmou.

 Solução requer paciência

Para driblar os problemas e manter o ritmo decrescimento a solução, de acordo com Nóbrega, está em um trabalho de formiguinha, em conjunto com todos os públicos. Não podemos esperar uma mudança brusca de última hora. Não funciona assim, disse.

O executivo afirma que o setor contábil no Brasil ainda pensa com uma cabeça às vezes antiquada com relação a tributação. Não é possível, muitas vezes, usar a mesma base de comparação para todos os impostos, há casos que precisam ser pensados e analisados separadamente.

A mudança, gradual, que já teve início, não tem prazo para ser resolvida, mas nem tudo está perdido. O mercado está otimista, o Brasil já tem voz ativa nos padrões mundiais do setor, e é uma questão de tempo para que as coisas se resolvam. Precisamos apenas manter o ritmo e o empenho, diz.

O cenário se mostra tão positivo que novas áreas começam a surgir dentro da contabilidade. Temos informações de novas categorias dentro da contabilidade, contratação de profissionais focados em análise, coisa que nunca existiu e abre um leque de opções para o emprego no setor.

A falta de mão de obra também é desafio no setor

Assim como em tecnologia da informação e construção civil, o segmento de contabilidade também tem enfrentado dificuldade quando o assunto é mão de obra especializada. De acordo com Luiz Fernando Nóbrega, presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC), o retorno do exame de suficiência e os novos cursos para contabilistas trarão ao mercado profissionais mais preparados para atuação.

Voltamos com o exame no ano passado e tivemos no primeiro exame —que é semelhante ao dado pela Ordem dos Advogados do Brasil —aprovação na casa dos 30%, no segundo teste o índice foi de 50% isso mostra que há uma melhora gradual no perfil do aluno que entra no mercado, diz.

Nóbrega disse ainda que o exame tem a função de forçar toda a cadeia do setor, e nivelá-la por cima. As universidades precisam se adequar a nova realidade do segmento,os alunos precisam saber que é necessário dedicação para poder exercer a profissão a empresa fica mais segura sobre quem está contratando, disse.

Ele afirma que a necessidade de mais mão de obra especializada acontece pelo crescimento acelerado do setor, que segue a cima do crescimento da economia. As empresas às vezes precisam contratar profissionais de outras áreas e depois tentar trazê-los para a contabilidade porque há poucos profissionais no mercado.

Nóbrega lembra que alunos de cursos de Administração,Direito e Comércio Exterior são alguns dos exemplos. Temos casos de estudantes que começam em outras áreas e depois passam para contabilidade por ser uma área em constante crescimento. Quem precisou ampliar o leque de opção de profissionais para crescer foi o sócio da Ardana & Netto, que passou a contratar profissionais de outras áreas e oferecer cursos de contabilidade.

Ano passado já esbarramos em muitas dificuldades para encontrar contadores de perfil mais jovem, ideal para o nosso foco de trabalho, disse. A solução encontrada, explica o executivo, foi contratar profissionais de áreas similares, como a de administração de empresas e ciências atuariais,e oferecer cursos técnicos no setor contábil.

Hoje a empresa conta com 30 funcionários, sete dos quais não são contadores.

Perfil

O perfil do contador brasileiro tem mudado muito nos últimos anos, a explicação, segundo Nóbrega está ligada diretamente aos jovens que chegaram ao mercado de trabalho e trazem novas idéias para dentro dos escritórios. Falamos agora de um publico mais jovem e mais antenado, mais atento às necessidades de mudanças e aos novos rumos do setor, diz.

E o perfil do aluno que vai para a universidade também é diferente. Falamos de uma classe que, muitas vezes, vai iniciar a faculdade já trabalhando no ramo, já em contato com a profissão. Isso, de acordo com ele, representa um perfil diferenciado, inclusive, para os cursos. De fato podemos pensar em cursos de contabilidade que sejam feitos em Ensino à Distância (EAD) porque falamos de alunos que já estão no mercado de trabalho, e encontram no EAD uma forma pratica e eficaz de conseguir uma graduação e se preparar ainda melhor para o mercado, disse Nóbrega.



Matéria publicada no Jornal Contábil:

http://jornalcontabil.com.br/v5/?p=1324