quinta-feira, 26 de julho de 2012

RECICLAGEM PARA DOCENTES DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS?

Pois é pessoal, gostaria de fazer um comentário bem abrangente sobre essa questão, tendo em vista a importância dela em si tratando do momento em que vivemos, no tocante a contabilidade brasileira, convergida às Normas Internacionais de Contabilidade, base IASB (International Accounting Standards Board ), e, óbvio, em função da importância da formação contábil, coisa que se faz efetivamente nos cursos superiores em ciências contábeis. E aí então, viriam às questões que ainda acredito, não podem calar:
·         As IES de ciências contábeis em sua maioria cuidaram efetivamente das suas estruturas curriculares para adaptar-se a essa radical mudança?
·         Os docentes foram treinados ou ao menos se conscientizaram da dimensão/importância deles na preparação de profissionais que enfrentarão um mercado de trabalho integralmente redefinido em função dessa mudança?
Claro que uma série de outros questionamentos poderiam aqui ser levantados. Mas, conclamo todos à leitura do excelente e crítico texto abaixo, produzido por Professor Elenito Elias da Costa, que minimamente remete-nos a pontos referenciais de reflexão.

Vejam abaixo:


RECICLAGEM PARA PROFESSORES DE CONTABILIDADE



As inovações que alteram a contabilidade das empresas merecem especial atenção do corpo docente do curso de bacharelado em ciências contábeis, haja vista suas mudanças significativas no exercício laboral dos formandos.

Lamento que algumas instituições e coordenações não estejam acompanhando citadas modificações, mas no aspecto qualitativo o sistema deverá tratar de conformidade com as suas peculiaridades.

O quadro de professores do curso de bacharelado em ciências contábeis, motivado pela adequação internacional e inovações tecnológicas tributárias precisam se reciclar para acompanhar essas modificações, mesmo que a grade curricular da instituição não esteja acompanhando significativas alterações.

As Instituições poderiam reciclar seu corpo docente, haja vista as inovações que se insere na capacitação e qualificação dos formandos, ou mesmo que elas não o façam, devem os docentes buscar essa reciclagem para que possam se adequar a essas inovações.

Se percebermos que a qualidade depende dessa reciclagem, mesmo por que devemos ministrar o ensinamento de conformidade com o exercício laboral de nossos formandos caso contrário estaremos distribuindo diplomas.

Preocupa-me esse momento e essa posição, pois sabemos que a grade curricular de algumas instituições de ensino superior está defasada e mais ainda a morosidade na reciclagem dos docentes.

Estamos atravessando um momento bastante delicado para empresas de qualquer porte ou tamanho, instituições financeiras e similares e ainda os profissionais envolvidos e isso não está havendo uma reflexão necessária, mas fatalmente implica na credibilidade dos seus demonstrativos e obviamente dos profissionais envolvidos.

Diariamente o sistema econômico internacional relata fatos que dizem respeito á ausência de transparência na gestão empresarial das empresas e obviamente esse mesmo sistema deverá aportar em nossa economia, onde podemos facilmente identificar as ações demandadas por empresas e profissionais através de suas demonstrações e controles.

Acreditamos que a credibilidade gerada pela transparência denota mais sustentabilidade e continuidade das atividades econômicas das empresas e seus derivativos hão de comprovar suas ações empresariais.

As empresas de quaisquer tamanhos e formas, instituições financeiras e similares e profissionais de contabilidade, estão passando por um momento de transparência incomum que se não houver uma reflexão mais apurada deverão responder por suas responsabilidades.

Motivado pela exigência da adequação internacional da contabilidade e suas inovações tributárias, externam nos Demonstrativos Contábeis e Financeiros situações de fácil identificação de débeis estratégias.

O grande problema é que a educação e cultura no trato da gestão empresarial continuam sendo alimentado por profissionais que mantém a mesma cultura e isso implica na transparência desses demonstrativos.

Os auditores independentes que hão de expedir seus pareceres com base em exame amostral nas demonstrações contábeis e financeiras e demais controles internos estarão com suas responsabilidades bastante expostas.

O sistema atual tem essa exigência, suas ações devem ter sincronia racional com a contabilidade e com seus demonstrativos contábeis, sob pena, de não demonstrar credibilidade junto a Governo, sociedade, investidores, financiadores e demais.

Muitas empresas e instituições, inclusive profissionais envolvidos estarão com suas responsabilidades proporcionalmente envolvidas com suas ações, e responderão por elas.

O futuro do presente apresenta um cenário bastante diversificado, mas sua inserção depende de fatos e atos agregados a uma educação globalizada que sabemos de nossa limitação.

O exercício da contabilidade exige atualização, capacitação e qualificações dos profissionais envolvidos e perfeita sincronia racional com a gestão empresarial devidamente assistida por um planejamento empresarial que comprovará suas ações através de um sistema de diagnóstico empresarial e deverá ter a credibilidade os agentes econômicos em sentido latto.

A Academia está ainda assimilando as inovações o que implica na atividade laboral desses profissionais que estão comprovadamente despreparados para tal feito, bastante simplesmente medir sua formação educacional.

O sistema de informática que alimenta os fatos contábeis, quais sejam fiscal, pessoal, faturamento, estoque, financeiro, contábil e demais necessitam uma maior modernização que compatibilizem essas inovações, assim como sabemos que os profissionais de contabilidade têm sua respectiva limitação.

As empresas ficam a depender mais do fator qualitativo desses profissionais, sob pena de sofrer ônus pecuniários que podem inviabilizar economicamente esses empreendimentos, e seus próprios patrimônios.

É preocupante a situação de professores orientadores de monografias que não tiveram oportunidade de se reciclar, haja vista a necessidade de tal feito para um trabalho de pesquisa com o advento de sua orientação, ou mesmo trabalhos, apresentações, seminários, work class, ou similares que utilizem tal praticidade.

Estou convicto que em sua maioria tal preocupação já fora objeto dessa reciclagem fator esse que reduz preocupações e busca foco na qualidade almejada.


Em face do tema do presente artigos e preocupado com empresas e principalmente com esses profissionais, ressalto que URGE a reciclagem de professores para que possam qualitativamente exercer suas atividades com excelência, principalmente aqueles que não têm exercício laboral que exija a atualização dessas inovações e modernizações em suas atividades.


Temo que caso isso na aconteça, poderá comprometer variáveis derivativas de suas funções implicando na qualidade desejada e poderá ser objeto de comentários dos formandos que já labutam na área.


AUTOR: Elenito Elias da Costa
·          Contador, Auditor, Analista Econômico e Financeiro.
·          Instrutor de Cursos do SEBRAE/CDL/CRC.
·          Professor Universitário Avaliador do MEC/INEP do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis.
·          Consultor do Portal da Classe Contábil e da Revista Netlegis.
·          Articulista da Interfisco e do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Boletim No.320).
·          Autor de vários textos científicos registrados no Instituto de Contabilidade do Brasil.
·          Sócio da empresa IRMÃOS EMPREENDIMENTOS CONTÁBEIS S/C LTDA.


Jornal Contábil – Edição on-line em 25/07/2012
http://jornalcontabil.com.br/v5/?p=2182

sexta-feira, 13 de julho de 2012

ESTAMOS REALMENTE EM CHECK?


Tantas coisas têm ocorrido no ambiente empresarial e particularmente em termos de envolvimento à contabilidade e ao contador, que às vezes imaginamo-nos como se tivéssemos permanentemente em “check”. Ou seja, colocamos em estado de alerta e crítica as nossas habilidades e competências para tratarmos de coisas e situações que até bem pouco tempo não nos incomodava, a ponto de até questionar se realmente determinadas dessas situações/coisas, são efetivamente do nosso fazer.
 
As novas tecnologias que influenciam direta ou indiretamente o comportamento/sobrevivência das empresas afetam-nos de forma imediata, visto o nosso comprometimento e zelo pela boa disposição patrimonial das entidades. Daí, sentirmo-nos plenamente nesse estado de atenção (ou tensão?) permanente, como a questionar:

§  Nossos saberes;
§  Nossa formação;
§  Nossa responsabilidade e compromisso com a continuidade operacional dos clientes;
§  A permanente e premente necessidade de formação continuada; etc.

No entanto, também, isso deve nos remeter a um estado de forte euforia e ânimo positivo, pois nunca se pensou tanto como agora, na importância do contador gerencial em detrimento do famoso e deprimente “contador darfista”, figura que não somente a classe contábil como o empresariado, quer esquecer.

A propósito, para que não sobrem dúvidas, quem ou como deve ser o contador gerencial?

Tomando emprestada definição aposta em trabalho acadêmico de meus alunos na UESB da disciplina Análise das Demonstrações Contábeis do sétimo semestre de Ciências contábeis, 2012.1 (Diego, George, Rodrigo, Vinicius, Werley):

O Contador Gerencial, também conhecido como Controller tem como função, sob a ótica da contabilidade gerencial, registrar, segregar, disponibilizar e assessorar os administradores da empresa.

Este profissional, para desempenhar, com competência as exigências que o posto lhe demanda, deve ter:

§  Um perfil critico proativo e responsável;

§  Domínio da profissão;

§  Capacidade de manter-se atualizado;

§  Qualificação e estudos continuados para acompanhar a dinâmica empresarial.

Segundo o IFAC - International Federation of Accouting o Contador Gerencial é conceituado como o profissional que: “identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos”.

Como sempre faço, com vistas a melhor consubstanciar nossas reflexões acima, sugiro a leitura do texto abaixo.


Empresas e Profissionais da Contabilidade em Check diante das Novas Tecnologias


Com a implantação pelo governo brasileiro do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital causou uma verdadeira revolução no que diz respeito à gestão empresarial no Brasil. Ao contrário do que empresários e profissionais reclamam, os impactos do novo sistema não está na carga ou arrecadação tributária, o problema é ainda maior do que se imagina, pois o impacto do sistema se dá exatamente na gestão empresarial, nos processos internos da empresa.

O nosso sistema tributário continua o mesmo, não há mudanças na sua estrutura ou até mesmo nas alíquotas, ou criação de novos impostos, o que observamos é um verdadeiro e rigoroso controle das operações econômicas e financeiras como nunca antes se imaginou a necessidade de controle, de mapear e implantar gestão de excelência, a fim de dotar a empresa de segurança e confiabilidade das informações prestadas ao fisco brasileiro.

Nesse novo cenário faz-se necessário rever os conceitos, quebrar os paradigmas, adquirir novos conhecimentos, buscar novas soluções, é uma mudança que ocorre a cada 30 ou quarenta anos no Brasil, e considero que ainda que estamos no meio do processo, temos em andamento os projetos, EFD Social – Folha de Pagamento Digital, cujo detalhamento das informações nos mostra bastante complexo, não menos complexo o EFD P/3, controlando todo o processo produtivo de uma indústria, obrigando a informar cada etapa da sua produção e dos valores agregados a ela, e para completar tudo isso o BRASIL_ID, controlando todo o transito de mercadorias através de chips, denominado de RFID, monitoramento por radio frequência.

Outro setor duramente atingido por esse processo é o das Empresas de Serviços Contábeis ou os chamados Escritórios de Contabilidade, que ao encontrar a resistência por parte de seus clientes quanto a necessidade de implementar mudanças, recuam no processo de modernização e mudanças dos seus paradigmas, e no final da história ambos poderão sucumbir diante de uma situação e de um sistema que se torna irreversível a cada dia, não adianta resistir porque o mercado é cruel a lei de mercado trará soluções para suprir esse vácuo que temos hoje de profissionais e tecnologia adequada.

A discussão mais recente que se apresenta nesse momento é quanto a utilização da chamada CLOUD COMPUTING (Clique aqui), computação em nuvens, pelo que nos parece é outro processo irreversível, a engenha de todo esse processo digital implementado pelo governo traz a necessidade de banco de dados unificado, e essa nova tecnologia proporciona essa possibilidade reduzindo custos das empresas no que diz respeito a softwares e hardwares. Muita discussão ainda se trava sobre ela quanto a segurança, o que vem se mostrando bastante confiável.

SPED exige pensar, analisar, conhecer, e, sobretudo ter coragem de mudar.


Texto publicado em 13/07/2012 no JORNAL CONTÁBIL – Edição on-line
http://jornalcontabil.com.br/v5/?p=2112

terça-feira, 3 de julho de 2012

ESTAMOS PREPARANDO OS CONTADORES DO FUTURO?


Continuando com a declinação de péssimos hábitos que possuo, e que são normalmente dirigidos ao massacre dos meus “pobres” alunos, tem um que costumo ser enfático, quando acho que devo fazê-los perceber sobre a necessidade de pensar os contadores como seres capazes de explicar os efeitos patrimoniais, a partir de conceitos / saberes vinculado a outras áreas do conhecimento, como:

  • Economia;
  • Finanças;
  • Estatística;
  • Psicologia;
  • Gestão, etc.


E nesse sentido, interrogo-os quanto tem do trabalho direto do contador nos elementos plenamente operacionais das atividades das organizações (comprar, produzir, vender, etc.). De um modo geral, sempre me respondem com um “nada”. O que é uma pena, se pensarmos a contabilidade, como área do saber, produzida e dirigida para o auxílio na tomada de decisão, dos seus usuários externos e internos aos negócios.

  • Então, como “nada”?

  • A Contabilidade, não é a ciência que tem como objeto, o PATRIMÔNIO das organizações?

  • Ela não demonstra, explica e informa sobre a estrutura e funcionalidade / dinâmica desses PATRIMÔNIOS?

  • Mas como explicá-las sem o conhecimento de como foram construídos, avaliados, processados, geridos esses PATRIMÔNIOS e os ambientes em que ocorreram essas mutações?


Ou seja, nada se explica, nem se sugerem alternativas de continuidades operacionais / administrativas dos PATRIMÔNIOS, sem que relevantes “valores” e/ou conhecimentos sejam apropriados de outras áreas.

E vejam, isso já é muito para a reflexão desses pobres discentes, que na verdade nem imaginam como serão a organização e funcionalidade das organizações que eles irão trabalhar.

Pois bem. É sobre essa questão, que aproveito e sugiro a leitura da entrevista feita pela revista Administradores.com.br com César Sousa CEO da Empreenda Consultoria e considerado um dos 200 Global Leaders of Tomorrow pela World Economic Forum - Suíça.

Vejam a seguir:


Como serão as empresas e a nossa carreira no futuro?


Em entrevista, César Sousa, um dos principais experts brasileiros em estratégia empresarial, relata que os modelos de gestão tradicionais precisam ser sepultados e profissionais precisam promover uma nova postura em suas carreiras



Esqueça o pensamento dos tradicionais "gurus" do século XIX e seus modelos de gestão. A sociedade, os profissionais e a forma de se fazer negócios mudaram drasticamente.

A tese acima é defendida pelo consultor César Sousa, CEO da Empreenda Consultoria e considerado um dos 200 Global Leaders of Tomorrow pela World Economic Forum - Suíça. Para o especialista, que lançou recentemente o livro "A Neo Empresa", o cenário atual exige urgentemente que se abandonem os princípios da Era Industrial, utilizado por muitas empresas até hoje.

César declara que entramos em uma nova fase em que novos valores e necessidades são mais desejados pelos consumidores e profissionais. O Administradores.com conversou com o consultor que apontou algumas formas para se ter sucesso nos negócios e em nossa carreira nesse nova era do management. Confira!

César, o título do seu livro é "NeoEmpresa" e a minha primeira pergunta é justamente sobre isso. O que as novas empresas possuem de diferentes das antigas empresas?

Muitas características da NeoEmpresa são bem diferentes das empresas tradicionais. A NeoEmpresa é uma entidade Multicentrada, que gravita em torno de clientes, pessoas, acionistas, parceiros, investidores, comunidades e demais partes interessadas. Podemos pontuar alguns pontos dessas novas empresas:

  • Constrói um "Mapa de Geração de Valor" decorrente do Significado percebido pelas entidades que fazem parte do seu modelo de negócios. Isso conduz a resultados surpreendentes que vão muito além do "mero" valor econômico.

  • Luta pelo Progresso dos seus Clientes, em vez de apenas buscar o seu próprio progresso. Coloca o cliente no centro do seu organograma, ciente de que o seu sucesso depende do sucesso dos seus clientes, distribuidores e parceiros.

  • Customiza a Gestão das Pessoas, em vez de apenas "Gerenciar Cargos". Respeita a individualidade de cada um, oferecendo uma razão inspiradora para suas vidas.

  • Valoriza o Intangível e não apenas o Tangível. Diferencia-se dos concorrentes por não se limitar à gestão eficiente de capital, equipamentos, estoques, tecnologia e instalações.


Além de incorporar a Sustentabilidade ao seu Modelo de Negócios, colocar a Tecnologia a serviço do Ser Humano e estrutura-se de forma horizontal, direta e flexível.

Essas diferenças aconteceram pelas mudanças de visão e comportamento dos consumidores e das próprias pessoas que fazem as empresas?

Essas diferenças são decorrentes do mundo em reconfiguração em que vivemos. E pelos sintomas atuais que percebemos na maioria das empresas, com estratégias bem arquitetadas que mal conseguem sair do papel e não funcionam quando começam a ser implementadas. Então, nota-se que essas empresas podem possuir até sete elementos problemáticos.

  1. Clientes insatisfeitos com a baixa qualidade do atendimento na hora da verdade, quando usam produtos e serviços que deveriam solucionar suas necessidades;
  2. Pessoas infelizes por não conseguirem desenvolver seu potencial nas empresas e pela falta de significado do dia a dia do trabalho nas suas vidas;
  3. Parceiros e sócios desconfiados, negociando na base dos medos e receios;
  4. Acionistas apreensivos pelos riscos que não conseguem antever nem controlar;
  5. Comunidades que não aceitam mais, de forma passiva, o impacto das empresas no seu cotidiano;
  6. Empresas engessadas com modelos de governança que não se adaptam aos jovens talentos inquietos que fazem parte da chamada "Geração Y";
  7. Empresas que insistem nos tradicionais planos de carreira, na surrada ideia da escada com vários degraus até o topo, enquanto as pessoas têm pressa, preferem subir mais rápido ou caem fora, movendo-se numa velocidade proporcional ao seu talento.


Você acredita que os princípios de gestão e da Administração adotados ao longo de décadas por várias organizações e escolas de negócios estão ficando engessados para essa nova era corporativa que surge?

Sem nenhuma duvida. Os princípios de gestão tradicionais não mais respondem às novas necessidades das empresas nem das pessoas. Estamos formando lideres para uma realidade que já não existe mais. E estamos dirigindo nossas empresas com olho no espelho retrovisor. Ainda somos prisioneiros dos princípios da Era Industrial com ideias criadas no século XIX, publicadas no século XX. E olhe que já estamos na terceira década do Sec. XXI.

O que não funciona mais, por exemplo?

Uma serie de ideias mortas que precisamos sepultar. Exemplos:
  • "espremendo fornecedor é que se aumenta o lucro da empresa"
  • "o segredo é a alma do negócio", coisas assim.

Lembro-me do tempo que muita gente acreditava que "lugar de mulher é na cozinha?" são coisas assim que temos de nos livrar, de ideias obsoletas que ainda povoam a cabeça de executivos nas empresas.

Muito se fala de sustentabilidade e "economia verde". Inclusive, tivemos aqui no Brasil uma conferência de proporções mundiais - a Rio+20. O pensamento nessas causas, em sua opinião, está deixando de ser uma tendência corporativa para se transformar em uma realidade empresarial absoluta? Você acha que as empresas que não tiverem inclinadas a responsabilidade social/ambiental estão fadadas a extinção?

As empresas precisam incluir a sustentabilidade social e a ambiental nos seus modelos de negócios, em vez de apenas ficarem jogando pra plateia. Não é apenas plantando árvores, reciclando lixo ou um projeto social aqui ou outro ali que vamos resolver a questão da sustentabilidade. Aliás, falta a variável mais importante no famoso "triple bottom line"econômico-financeira, social e ambiental. A verdade é que não se trata de um triângulo, mas no mínimo de um quadrilátero: falta a liderança. Acredito que as empresas que não desenvolverem líderes em todos os níveis, essas sim, estarão condenadas a extinção.

Mas em relação à postura desses líderes da NeoEmpresa. O que devemos esperar deles?

Posturas e atitudes completamente diferentes dos líderes tradicionais. Os NeoLíderes serão aqueles que:
  • Constroem causas em vez de apenas oferecer empregos;
  • Formam outros lideres, em vez de seguidores;
  • Fazem mais do que o combinado, em vez de apenas bater metas;
  • Inspiram pelos valores, em vez de pela hierarquia ou pelo carisma;
  • Lideram 360 graus, em vez de apenas dentro das paredes da empresa.


E entre os profissionais em geral? Quais são os caminhos para eles se destacarem em suas carreiras?

Desenvolverem o que chamo de competências intangíveis. Chega de competências tangíveis, de tecnicismo, de ferramentas e de instrumentos, isso tudo é obrigação. Os profissionais competentes que conheço se destacam pelo intangível: 
  • confiança, 
  • comunicabilidade, 
  • capacidade de integração, 
  • relacionamento, 
  • networking, 
  • reputação, 
  • coerência, 
  • determinação, 
  • perseverança, e 
  • muita disciplina. 

Além, obvio da inovação

Eles são inovadores, ousados, mas disciplinados. 

A Era do Management nos ajudou a chegar até este ponto. Agora precisamos dar o próximo passo: 

Repensar e enriquecer alguns dos seus princípios, vislumbrando as características da empresa moderna do século XXI, 

A NeoEmpresa.



Publicado originalmente em:
Administradores.com.br - 29 de junho de 2012, às 17h53min