Pois é pessoal, gostaria de fazer um comentário bem
abrangente sobre essa questão, tendo em vista a importância dela em si tratando
do momento em que vivemos, no tocante a contabilidade brasileira, convergida às
Normas Internacionais de Contabilidade, base IASB (International Accounting
Standards Board ), e, óbvio, em função da importância da formação contábil,
coisa que se faz efetivamente nos cursos superiores em ciências contábeis. E aí
então, viriam às questões que ainda acredito, não podem calar:
·
As IES de ciências contábeis em sua maioria
cuidaram efetivamente das suas estruturas curriculares para adaptar-se a essa
radical mudança?
·
Os docentes foram treinados ou ao menos se
conscientizaram da dimensão/importância deles na preparação de profissionais
que enfrentarão um mercado de trabalho integralmente redefinido em função dessa
mudança?
Claro que uma série de outros questionamentos
poderiam aqui ser levantados. Mas, conclamo todos à leitura do excelente e
crítico texto abaixo, produzido por Professor Elenito Elias da Costa, que
minimamente remete-nos a pontos referenciais de reflexão.
Vejam abaixo:
RECICLAGEM
PARA PROFESSORES DE CONTABILIDADE
As inovações que alteram a contabilidade das
empresas merecem especial atenção do corpo docente do curso de bacharelado em
ciências contábeis, haja vista suas mudanças significativas no exercício
laboral dos formandos.
Lamento que algumas instituições e coordenações
não estejam acompanhando citadas modificações, mas no aspecto qualitativo o
sistema deverá tratar de conformidade com as suas peculiaridades.
O quadro de professores do curso de
bacharelado em ciências contábeis, motivado pela adequação internacional e
inovações tecnológicas tributárias precisam se reciclar para acompanhar essas
modificações, mesmo que a grade curricular da instituição não esteja
acompanhando significativas alterações.
As Instituições poderiam reciclar seu corpo
docente, haja vista as inovações que se insere na capacitação e qualificação
dos formandos, ou mesmo que elas não o façam, devem os docentes buscar essa
reciclagem para que possam se adequar a essas inovações.
Se percebermos que a qualidade depende dessa
reciclagem, mesmo por que devemos ministrar o ensinamento de conformidade com o
exercício laboral de nossos formandos caso contrário estaremos distribuindo
diplomas.
Preocupa-me esse momento e essa posição, pois
sabemos que a grade curricular de algumas instituições de ensino superior está
defasada e mais ainda a morosidade na reciclagem dos docentes.
Estamos atravessando um momento bastante
delicado para empresas de qualquer porte ou tamanho, instituições financeiras e
similares e ainda os profissionais envolvidos e isso não está havendo uma
reflexão necessária, mas fatalmente implica na credibilidade dos seus
demonstrativos e obviamente dos profissionais envolvidos.
Diariamente o sistema econômico internacional
relata fatos que dizem respeito á ausência de transparência na gestão
empresarial das empresas e obviamente esse mesmo sistema deverá aportar em
nossa economia, onde podemos facilmente identificar as ações demandadas por
empresas e profissionais através de suas demonstrações e controles.
Acreditamos que a credibilidade gerada pela
transparência denota mais sustentabilidade e continuidade das atividades
econômicas das empresas e seus derivativos hão de comprovar suas ações
empresariais.
As empresas de quaisquer tamanhos e formas,
instituições financeiras e similares e profissionais de contabilidade, estão
passando por um momento de transparência incomum que se não houver uma reflexão
mais apurada deverão responder por suas responsabilidades.
Motivado pela exigência da adequação
internacional da contabilidade e suas inovações tributárias, externam nos
Demonstrativos Contábeis e Financeiros situações de fácil identificação de
débeis estratégias.
O grande problema é que a educação e cultura
no trato da gestão empresarial continuam sendo alimentado por profissionais que
mantém a mesma cultura e isso implica na transparência desses demonstrativos.
Os auditores independentes que hão de expedir
seus pareceres com base em exame amostral nas demonstrações contábeis e
financeiras e demais controles internos estarão com suas responsabilidades
bastante expostas.
O sistema atual tem essa exigência, suas
ações devem ter sincronia racional com a contabilidade e com seus demonstrativos
contábeis, sob pena, de não demonstrar credibilidade junto a Governo,
sociedade, investidores, financiadores e demais.
Muitas empresas e instituições, inclusive
profissionais envolvidos estarão com suas responsabilidades proporcionalmente
envolvidas com suas ações, e responderão por elas.
O futuro do presente apresenta um cenário
bastante diversificado, mas sua inserção depende de fatos e atos agregados a
uma educação globalizada que sabemos de nossa limitação.
O exercício da contabilidade exige
atualização, capacitação e qualificações dos profissionais envolvidos e
perfeita sincronia racional com a gestão empresarial devidamente assistida por
um planejamento empresarial que comprovará suas ações através de um sistema de
diagnóstico empresarial e deverá ter a credibilidade os agentes econômicos em
sentido latto.
A Academia está ainda assimilando as
inovações o que implica na atividade laboral desses profissionais que estão
comprovadamente despreparados para tal feito, bastante simplesmente medir sua
formação educacional.
O sistema de informática que alimenta os
fatos contábeis, quais sejam fiscal, pessoal, faturamento, estoque, financeiro,
contábil e demais necessitam uma maior modernização que compatibilizem essas
inovações, assim como sabemos que os profissionais de contabilidade têm sua
respectiva limitação.
As empresas ficam a depender mais do fator
qualitativo desses profissionais, sob pena de sofrer ônus pecuniários que podem
inviabilizar economicamente esses empreendimentos, e seus próprios patrimônios.
É preocupante a situação de professores
orientadores de monografias que não tiveram oportunidade de se reciclar, haja
vista a necessidade de tal feito para um trabalho de pesquisa com o advento de
sua orientação, ou mesmo trabalhos, apresentações, seminários, work class, ou
similares que utilizem tal praticidade.
Estou convicto que em sua maioria tal
preocupação já fora objeto dessa reciclagem fator esse que reduz preocupações e
busca foco na qualidade almejada.
Em face do tema do presente artigos e
preocupado com empresas e principalmente com esses profissionais, ressalto que
URGE a reciclagem de professores para que possam qualitativamente exercer suas
atividades com excelência, principalmente aqueles que não têm exercício laboral
que exija a atualização dessas inovações e modernizações em suas atividades.
Temo que caso isso na aconteça, poderá
comprometer variáveis derivativas de suas funções implicando na qualidade
desejada e poderá ser objeto de comentários dos formandos que já labutam na
área.
AUTOR: Elenito Elias da Costa
·
Contador,
Auditor, Analista Econômico e Financeiro.· Instrutor de Cursos do SEBRAE/CDL/CRC.
· Professor Universitário Avaliador do MEC/INEP do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis.
· Consultor do Portal da Classe Contábil e da Revista Netlegis.
· Articulista da Interfisco e do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Boletim No.320).
· Autor de vários textos científicos registrados no Instituto de Contabilidade do Brasil.
· Sócio da empresa IRMÃOS EMPREENDIMENTOS CONTÁBEIS S/C LTDA.
Jornal Contábil – Edição on-line em
25/07/2012
http://jornalcontabil.com.br/v5/?p=2182
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