terça-feira, 28 de agosto de 2012

A IMPORTÂNCIA DA CONVERGÊNCIA DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE


Por um processo intenso de falta de criatividade, fiquei tanto tempo sem atualizar este nosso espaço, pelo que verdadeiramente peço desculpas.

Ainda assim, aproveito-me do esforço e potencial de outrem (mas confesso, com bastante pertinência), neste caso, de Joana Darte Avelino dos Santos (minha estimada orientanda em TCC do curso de Ciências Contábeis na UESB), para afirmar meus pensamentos agora, transcrevendo parte da introdução do seu TCC (ainda em fase de avaliação e aprovação, mas por mim já aprovado). Vejam:

“A diversidade de povos, línguas e tradições torna o mundo um espaço para interação, o que dinamiza os processos econômicos, sociais, culturais e políticos. A necessidade de criar dispositivos, capazes de unir e aperfeiçoar as relações gerou ferramentas que desconhecem distâncias. O mundo internacional, com visão de rede, possibilita que todos os países estabeleçam atividades de troca, oferecendo e recebendo serviços.”

[...]

”... O desenvolvimento econômico, enquanto atividade global tem gerado impacto na economia do Brasil, quando empresas brasileiras investem em organizações internacionais ou buscam captar recursos financeiros externos para fomentar suas atividades. A internacionalização das operações comerciais, com a abertura de mercado, exigiu da Contabilidade o estabelecimento de padrões para apresentação de seus demonstrativos.”

[...]

“A convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade é a adequação das normas contábeis aos parâmetros internacionais. A finalidade da convergência é a comparabilidade das informações contábeis, possibilitando que as transações comerciais realizadas entre empresas brasileiras e de outros países, possam avaliar seus demonstrativos financeiros através de uma linguagem padrão.”

[...]

“Para acompanhar a realidade econômica, um desafio é [...] exigência de mercado [...] para os profissionais da área de Contabilidade... O perfil do profissional contábil determina um conhecimento abrangente da economia, capacidade de interpretação dos atos e fatos da entidade em que atua, estar sempre atualizando seus conhecimentos, como também, ter atitudes proativas, senso de responsabilidade, compreender de negócios dentro e fora da organização.”

[...]

“A formação do profissional contábil é o resultado da associação de dois ambientes, o interno a partir da academia e o externo que traz as necessidades do mercado para atuação do profissional. [...] Assim, a academia assume papel importante de desenvolver profissionais capazes de atender as exigências determinadas pelo ambiente econômico.”

Poderia ficar aqui transcrevendo muito mais. Mas, para não lhes cansar, e, como sempre faço, sugiro a leitura de um texto produzido por um profissional de mercado, que posto a seguir, onde determinantemente, tenho a intenção de consubstanciar nossos pensamentos acima (meu, mas, principalmente o de Joana).
Peço que leiam:

 

A contabilidade como fonte de resistência à crise econômica

 (*) Adão de Matos Junior

 
Apesar do prolongamento da crise na Zona do Euro e da pífia performance de economias como a dos Estados Unidos e do Japão, o Brasil vem conseguindo manter um razoável dinamismo, resistindo à retração global. Esse contexto trouxe aos gestores brasileiros uma grande necessidade pela transparência das informações de suas empresas, e quando se fala em “transparência” no mundo corporativo não se pode prescindir da contabilidade, que é o que, neste universo, demonstra tais informações.
 
Nesse sentido, foi positiva a visão futurista do País que, desde o final de 2007, adaptou suas leis (com a Lei 11.638/07) a esse cenário que se iniciava na época, na qual o Brasil entendeu que para se enfrentar uma crise deveria buscar forças no mercado interno e no investidor externo.
 
Em contrapartida a esse fato, os investidores e os gestores também se depararam com a necessidade em compreender tais informações que eram geradas, e, dessa forma, o Brasil passou a conhecer e dar importância à contabilidade.
 
A busca do conhecimento por parte dos gestores e investidores quanto à contabilidade, seus princípios e suas normalizações trouxe uma linguagem mais adaptada ao mundo coorporativo e não somente ao nosso mercado, trazendo assim outra fonte de “salvação” durante a crise, quando naquele momento o Brasil estava se preparando para o mercado internacional não somente pelas grandes e médias empresas, mas agora pelas pequenas e microempresas também.
 
As pequenas e microempresas brasileiras não tinham em sua cultura o fato de que a contabilidade fizesse parte de seu negócio e a tinham apenas como uma necessidade para prestar contas ao fisco, geração das guias de impostos e folha de pagamento, dentre outras tarefas. No entanto, agora estão atentas à importância da contabilidade como uma nova visão gerencial, como fonte de continuidade de seu negócio ou de atrair investimentos para o crescimento de sua empresa. Portanto, deve-se estar atento à necessidade de parcerias com empresas contábeis ou de apoio contábil, especializadas e preparadas para as novas demandas.
 
O contador teve, além de obrigações novas, maior reconhecimento de suas atividades que passaram a ser importantes para a tomada de decisão em todas as empresas.
 
Para 2012, esperamos, neste segundo semestre, que o País retome o crescimento – observado nos últimos dois anos – o que fará com que aumente, ainda mais, a internacionalização – seja de empresas ou produtos. Mas, para realizar essa ação, não basta somente ter conhecimento da nova realidade contábil e sim aplicar e colocar os balanços em dia de modo que estes possam ser lidos em qualquer parte do planeta – a adoção do IFRS foi para suprir esta necessidade. Ou seja, a contabilidade se tornou parte essencial para realização dos negócios das empresas brasileiras.
 
Quem ganha com tudo isso são as empresas, o mercado e os investidores, que cada vez mais têm em suas mãos, demonstrações financeiras uniformes, de qualidade e transparentes.

 Publicado em 28/08/2012 - Jornal Contábil - Edição On-Line
http://jornalcontabil.com.br/v5/?p=2392
(*) Adão de Matos Junior:
Diretor de operações da Trevisan Gestão & Consultoria, filial Belo Horizonte.
E-mail: adao.matos@tgec.com.br.