segunda-feira, 7 de março de 2011

A Contabilidade é a Língua dos Negócios

Autor: Antoninho Marmo Trevisan
 
A frase do título deste texto foi dita por Warren Buffett, em resposta à filha de um de seus parceiros nos negócios, com dúvidas sobre qual curso ela deveria fazer. Buffett deve saber o que está falando, afinal, é o investidor mais bem sucedido em todo mundo, um dos poucos que se manteve incólume na crise em que o sistema financeiro mundial submergiu no final do ano passado.

Crise é sempre crise e, por mais que se fale nas oportunidades que esses momentos possibilitam, diante dela a gente treme. Como tantos já disseram a economia não é uma ciência exata e, por isso mesmo, nem sei bem ao certo porque tanta gente insiste em fazer previsões econômicas. A única certeza sobre a qual se pode tirar conclusões diz respeito aos números da economia. E, nesse caso, se a ela é incerta, a contabilidade não mente. Se um investidor quiser conhecer uma empresa, o caminho mais curto é analisar o seu balanço, independentemente do contexto econômico em que se encontra o seu setor, o seu país, o mundo.

Embora a tendência seja ser pessimista quando o calo aperta nos momentos de crise, basta olhar para as informações contábeis para se obter uma visão realista sobre o futuro. Isso também serve para os períodos de euforia: um gestor eficiente será sempre realista e prudente no seu planejamento estratégico ou nas suas decisões de investimento.

A verdade é que, com crise ou sem crise, do ponto de vista da gestão, está ocorrendo uma enorme revolução na maneira de gerir as corporações. Sem dúvida alguma, a contabilidade faz parte disso. Nunca antes na história o contador teve tanto prestígio dentro de uma corporação. Na hora de tomar uma decisão, o bom gestor sempre terá ao seu lado um contabilista com informações saídas do forno.

E é verdade também que o Brasil tem a vantagem de ser um país de empreendedores. Diferentemente do outros povos, o brasileiro é capaz de fazer negócios das formas mais criativas. Além disso, é fato que o nosso mercado interno se ampliou, incorporando fatias da população que social e economicamente estavam apartadas do consumo.

É certo que vivemos atualmente momentos de grave instabilidade e encaramos problemas difíceis. Porém, a estrutura da economia brasileira é hoje muito mais sólida do que no passado. Dispomos de recursos e de alternativas, contamos com instituições estáveis e consolidadas e a nossa democracia tem se fortalecido a cada nova eleição.

No entanto, é preciso que empresas e agentes de mercado tenham em mente que a gestão responsável é essencial para superar uma conjuntura adversa. A lógica do padre Luca Pacioli, considerado o pai da contabilidade, está voltando. Com ela, resgata-se a visão de que uma empresa não pode viver de fantasia, mas precisa ser gerida a partir da verdade dos números, das referências do débito e do crédito, da aplicação e da origem do recurso.

Para emergir nesse novo contexto mundial, pós-crise financeira, o melhor é estar muito bem acompanhado. Mais do que nunca, é prudente valorizar os que oferecem dinamismo, criatividade, pronto atendimento e, sobretudo, solidariedade profissional.


Fonte:  http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/contabilidade-e-a-lingua-dos-negocios/21585/


Antoninho Marmo Trevisan é presidente da Trevisan Outsourcing, Escola de Negócios e Consultoria, do Conselho Consultivo da BDO Trevisan, da Academia Brasileira de Ciências Contábeis e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)

2 comentários:

  1. “A contabilidade é a língua dos negócios”. Sem dúvida alguma, no mundo contemporâneo dos negócios, a contabilidade se desponta como ferramental fundamental, quando a questão é o desfecho e sucesso das organizações. È inegável a contribuição da ciência econômica, para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das organizações, mas, no que tange á analise para investimentos e proficiência de gestão, as informações contábeis não podem de maneira alguma ser negligenciadas. Neste contexto o profissional contábil encontra um solo fértil, para o desenvolvimento de suas habilidades gerenciais, obtendo destaque e reconhecimento nas corporações.
    È certo que, vivemos em um mundo globalizado de mercado dinâmico e competitivo. E as entidades que desejarem contar com um diferencial competitivo em relação às demais, precisarão adaptar-se a esta realidade, adotando um modelo de gestão responsável totalmente consolidado com as informações contábeis.

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  2. Quando se fala em contablidade, automaticamente deve-se pensar em negócios, seja na esfera pública ou na esfera privada, pois tudo que se remete a área contábil remete-se automaticamente aos negócios oriundos dessas organizações, portanto afirmo que um bom contador tem a obrigação de entender da área de negócios, pois caso contrário jamais esse será um bom contabilista!

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