Por um processo intenso de falta de criatividade, fiquei
tanto tempo sem atualizar este nosso espaço, pelo que verdadeiramente peço
desculpas.
Ainda assim, aproveito-me do esforço e potencial de outrem
(mas confesso, com bastante pertinência), neste caso, de Joana Darte Avelino dos Santos
(minha estimada orientanda em TCC do curso de Ciências Contábeis na UESB), para
afirmar meus pensamentos agora, transcrevendo parte da introdução do seu TCC (ainda
em fase de avaliação e aprovação, mas por mim já aprovado). Vejam:
“A diversidade de
povos, línguas e tradições torna o mundo um espaço para interação, o que
dinamiza os processos econômicos, sociais, culturais e políticos. A necessidade
de criar dispositivos, capazes de unir e aperfeiçoar as relações gerou
ferramentas que desconhecem distâncias. O mundo internacional, com visão de
rede, possibilita que todos os países estabeleçam atividades de troca,
oferecendo e recebendo serviços.”
[...]
”... O
desenvolvimento econômico, enquanto atividade global tem gerado impacto na
economia do Brasil, quando empresas brasileiras investem em organizações
internacionais ou buscam captar recursos financeiros externos para fomentar suas
atividades. A internacionalização das operações comerciais, com a abertura de
mercado, exigiu da Contabilidade o estabelecimento de padrões para apresentação
de seus demonstrativos.”
[...]
“A convergência das
Normas Brasileiras de Contabilidade é a adequação das normas contábeis aos
parâmetros internacionais. A finalidade da convergência é a comparabilidade das
informações contábeis, possibilitando que as transações comerciais realizadas
entre empresas brasileiras e de outros países, possam avaliar seus
demonstrativos financeiros através de uma linguagem padrão.”
[...]
“Para acompanhar a
realidade econômica, um desafio é [...] exigência de mercado [...] para os
profissionais da área de Contabilidade... O perfil do profissional contábil determina
um conhecimento abrangente da economia, capacidade de interpretação dos atos e
fatos da entidade em que atua, estar sempre atualizando seus conhecimentos,
como também, ter atitudes proativas, senso de responsabilidade, compreender de
negócios dentro e fora da organização.”
[...]
“A formação do profissional contábil é o resultado da associação de dois
ambientes, o interno a partir da academia e o externo que traz as necessidades
do mercado para atuação do profissional. [...] Assim, a academia assume papel
importante de desenvolver profissionais capazes de atender as exigências
determinadas pelo ambiente econômico.”
Poderia ficar aqui
transcrevendo muito mais. Mas, para não lhes cansar, e, como sempre faço, sugiro
a leitura de um texto produzido por um profissional de mercado, que posto a seguir, onde determinantemente, tenho a
intenção de consubstanciar nossos pensamentos acima (meu, mas, principalmente o de
Joana).
Peço que leiam:
A
contabilidade como fonte de resistência à crise econômica
Apesar
do prolongamento da crise na Zona do Euro e da pífia performance de economias
como a dos Estados Unidos e do Japão, o Brasil vem conseguindo manter um
razoável dinamismo, resistindo à retração global. Esse contexto trouxe aos
gestores brasileiros uma grande necessidade pela transparência das informações
de suas empresas, e quando se fala em “transparência” no mundo corporativo não
se pode prescindir da contabilidade, que é o que, neste universo, demonstra
tais informações.
Nesse
sentido, foi positiva a visão futurista do País que, desde o final de 2007, adaptou
suas leis (com a Lei 11.638/07) a esse cenário que se iniciava na época, na
qual o Brasil entendeu que para se enfrentar uma crise deveria buscar forças no
mercado interno e no investidor externo.
Em
contrapartida a esse fato, os investidores e os gestores também se depararam
com a necessidade em compreender tais informações que eram geradas, e, dessa forma,
o Brasil passou a conhecer e dar importância à contabilidade.
A
busca do conhecimento por parte dos gestores e investidores quanto à
contabilidade, seus princípios e suas normalizações trouxe uma linguagem mais
adaptada ao mundo coorporativo e não somente ao nosso mercado, trazendo assim
outra fonte de “salvação” durante a crise, quando naquele momento o Brasil
estava se preparando para o mercado internacional não somente pelas grandes e
médias empresas, mas agora pelas pequenas e microempresas também.
As
pequenas e microempresas brasileiras não tinham em sua cultura o fato de que a
contabilidade fizesse parte de seu negócio e a tinham apenas como uma
necessidade para prestar contas ao fisco, geração das guias de impostos e folha
de pagamento, dentre outras tarefas. No entanto, agora estão atentas à
importância da contabilidade como uma nova visão gerencial, como fonte de
continuidade de seu negócio ou de atrair investimentos para o crescimento de
sua empresa. Portanto, deve-se estar atento à necessidade de parcerias com
empresas contábeis ou de apoio contábil, especializadas e preparadas para as
novas demandas.
O contador teve, além de obrigações
novas, maior reconhecimento de suas atividades que passaram a ser importantes
para a tomada de decisão em todas as empresas.
Para
2012, esperamos, neste segundo semestre, que o País retome o crescimento –
observado nos últimos dois anos – o que fará com que aumente, ainda mais, a
internacionalização – seja de empresas ou produtos. Mas, para realizar essa
ação, não basta somente ter conhecimento da nova realidade contábil e sim
aplicar e colocar os balanços em dia de modo que estes possam ser lidos em
qualquer parte do planeta – a adoção do IFRS foi para suprir esta necessidade.
Ou seja, a contabilidade se tornou parte essencial para realização dos negócios
das empresas brasileiras.
Quem
ganha com tudo isso são as empresas, o mercado e os investidores, que cada vez
mais têm em suas mãos, demonstrações financeiras uniformes, de qualidade e
transparentes.
(*) Adão de Matos Junior:
Diretor de operações da Trevisan Gestão & Consultoria, filial Belo Horizonte.
E-mail: adao.matos@tgec.com.br.