Olá meu povo!
O tempo passa, a gente se dispersa, às vezes até perde um pouco o rumo, mas às coisas boas e interessantes, a gente sempre volta...
É assim que agora me reencontro com meu própria Blog, que por razões e "viagens" diversas ficou aqui paradinho, sem que eu o atualizasse como deveria. E, não poderia ser num melhor dia:
DIA DO ANIVERSÁRIO DE INHAMBUPE
Minha linda e estimada cidade. Local onde nasci e me fiz gente.
Tenho uma irmã, que sempre repete os dizeres que em casa ouvíamos sempre de minha mãe, "nada tarda quando chega". É isso, cheguei! E, se só foi possível e pertinente agora, posso afirmar que não estou atrasado, visto que cheguei.
E como não poderia deixar se ser, estou agora tratando novamente de nossa, BOA - REFERENCIAL e IMPORTANTE Contabilidade.
Nesta postagem, tratarei da forma mais abrangente possível sobre CONTABILIDADE GERENCIAL. Para tanto, me utilizo de um trabalho científico produzido por uma pessoa muito importante na minha vida acadêmica, que cativa as pessoas com sua forma sempre camarada e observadora. Quando determinou-se a construir sua monografia de conclusão do curso de Ciências Contábeis na UESB, tive a sorte de ser convidado para ser seu orientador, que aceitei de imediato.
O texto que posto abaixo, compõe o tópico 2.3 - REFERENCIAL TEÓRICO da referida monografia da hoje, Bacharel em Ciências Contábeis, pela UESB, Brenda de Almeida Vianna Soares, que recebeu o seguinte título:
O USO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL EM CONTABILIDADE: O ENTENDIMENTO
DOS PROPRIETÁRIOS DE ESCRITÓRIOS CONTÁBEIS DE VITÓRIA DA CONQUISTA EM 2013.
Vejam:
Características da Contabilidade Gerencial
A Contabilidade Gerencial surgiu
a partir da Revolução Indústrial no século XVIII, antes disso a Contabilidade
tinha o objetivo apenas com as relações comerciais, depois desse evento, com o
surgimento de ferrovias e com a chegada de grandes organizações se fez
necessário o conhecimento de métodos e processos de controle e custo, como por
exemplo, cálculo do custo para se produzir um produto. Nesse sentido,
percebe-se que a Contabilidade Gerencial surgiu do crescimento das empresas e
da necessidade de se fazer um maior planejamento e controle no que diz respeito
à questões operacionais.
Atkinson et al. (2000, p. 36) citam
alguns exemplos de Informação Gerencial Contábil:
“Um exemplo de informação gerencial contábil é o
relatório de despesas de uma seção operacional, [...] cálculo de custo de se
produzir um bem, prestar um serviço, desempenhar uma atividade e um processo
comercial, e atender um cliente.”
Esses relatórios contribuem
significativamente no cotidiano dos administradores, já que neles são
apresentadas informações uteis e oportunas que vem para contribuir na escolha
das melhores alternativas para a organização.
Anthony (1979) diz que a Contabilidade
Gerencial, preocupasse com a informação contábil útil à administração”.
Percebe-se então que a Contabilidade Gerencial auxilia à empresa de forma
estratégica, visando o futuro, possibilitando conhecer problemas que por
ventura venham a acontecer, planeja ações, avaliando o desenvolvimento da
entidade, permitindo assim, que a organização permaneça na concorrência do
mercado.
Com toda essa acelerada
movimentação econômica, as empresas tendem a recorrer aos serviços dos
profissionais contábeis, por conta disso, é importante que o Contador tenha um
grande arcabouço técnico e teórico, pois, como a Contabilidade Gerencial
contribui com os mais diversos setores da organização, o Contador não pode se
limitar somente a conhecimentos da Contabilidade tradicional e sim compreender
sobre áreas como a de administração, economia, finanças, dentre outras que
venham a enriquecer o seu trabalho Gerencial.
Para se colocar em prática a
Contabilidade Gerencial é necessária à união de diversos conhecimentos
específicos que visem colaborar com as necessidades do empreendimento,
objetivando atender desde a falta de conhecimento por parte do gestor até o
aumento da lucratividade do empreendimento.
Iudicíbus (1998, p. 21) acredita
que,
A contabilidade gerencial
pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferindo a
várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na
contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e
de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe
mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de
maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.
Os usuários internos à
organização são os beneficiados com os relatórios gerados pela Contabilidade
Gerencial, mas para que esses relatórios sejam úteis é preciso que eles sejam
de fácil compreensão e que atendam às necessidades das empresas em tempo hábil,
pois de nada adianta a produção de relatórios que não sejam entendidos, que
forneçam informações fora do período ou que não tenham utilidade para a
entidade.
As informações da contabilidade gerencial incluem dados
históricos e estimados usados pela administração na condução de operações
diárias, no planejamento de operações futuras e no desenvolvimentos de
estratégias de negócios integrada. As características da contabilidade
gerencial são influenciadas pelas variadas necessidades da administração.
(WARREN; REEVE; FESS, 2001, p. 3, grifo do autor).
Considerando que a Contabilidade Gerencial visa atender vários usuários
internos, ela também deve ter várias funções organizacionais para desenvolver,
pois a necessidade de informação de um funcionário é diferente da informação de
um gerente, que por sua vez é diferente da necessidade de um executivo do alto
escalão.
Um funcionário requer auxílio para a melhoria das tarefas especificas
feita no dia a dia, um gerente já necessita de informações a respeito da
operacionalidade da empresa, como por exemplo, um setor que está trabalhando
abaixo do seu potencial de produção, já um executivo precisa de informações que
o auxiliem na tomada de decisão de longo prazo, para um planejamento
estratégico de criação de valor. Desse modo entendesse que nunca vai haver um
único modelo de relatório que atenda a todos os usuários.
O Quadro 2 mostra as funções da Contabilidade Gerencial:
Controle
Operacional
|
Fornecer informação (feedback) sobre a eficiência e a qualidade das
tarefas executadas.
|
Custeio de produto
e do cliente
|
Mensurar os custos dos recursos para se produzir, vender e entregar um
produto ou serviço aos clientes.
|
Controle
Administrativo
|
Fornecer informação sobre o desempenho de gerentes e de unidades
operacionais.
|
Controle
estratégico
|
Fornecer informação sobre o desempenho financeiro e competitivo de
longo prazo, condições de mercado, preferencias dos clientes e inovações
tecnológicas.
|
Fonte: Atkinson et al (2000, p. 45)
Podemos
afirmar então que para uma empresa crescer e permanecer no mercado, ela precisa
ter o controle de todas as suas operações sempre visando às possibilidades ou
dificuldades futura, oferecer produtos e serviços de qualidade, priorizando
pelo uso eficiente de seus recursos.
Diante do exposto, é certo que
toda e qualquer empresa, independente de seu porte, busca por informações que
contribuam com o alcance do seu sucesso, e a Contabilidade Gerencial por sua
vez é o elemento que proporciona o suporte necessário para o controle, planejamento
e tomada de decisões nos diversos setores que delas necessitem. Mas para que a
mesma obtenha êxito é preciso que os seus ensinamentos sejam colocados em
prática, pois como Padoveze (2004) conceitua, a “Contabilidade Gerencial é uma
ação e não um existir.”
Depois do surgimento das sociedades
por ações, passou a existir a denominação de investidor e administrador, por
conta disso surgiu a necessidade de separar a Contabilidade em dois grupos, um
para atender os usuários internos e outro para os usuários externos à
organização, que por sua vez carecem de diferentes tipos de informações para a
tomada de decisão.
O uso da Contabilidade Gerencial
e Financeira têm visões distintas, a Contabilidade Financeira tem o foco
voltado para ações que ocorrem no passado, com o intuito de atender às
obrigações fiscais e o público externo à organização.
Já a Contabilidade Gerencial,
como o próprio nome diz, visa o gerenciamento da entidade, sendo que, uma das suas
principais características é produzir informações úteis que atendam às
necessidades dos gestores na escolha de alternativas eficientes para a
organização.
Pereira et al. (2011, p. 8), diz
que
Enquanto a contabilidade financeira tem o potencial de fornecer
informações padronizadas, como é o caso dos índices de liquidez [...], a
contabilidade gerencial se ocupa com o fornecimento de informações para
situações que envolvem decisões não rotineira ou especiais. Tais problemas
dizem respeito a problemas esporádicos, não estruturados, para os quais os
gestores não contam com regras fixadas ou procedimentos conhecidos a priori.
Atualmente é notório que se faz mais uso da Contabilidade Financeira do
que da Gerencial, isso se dá por conta da obrigação de atender as entidades
governamentais e as suas determinações em forma de normas legais e fiscais, de
modo que o descumprimento dessas determinações pode ensejar diversas multas e
penalidades para as organizações.
Na sua incapacidade em desempenhar igualmente bem essas duas funções, a
Contabilidade acaba optando pela que pode ser criticada sob vários aspectos,
mas que sempre estará ‘objetivamente’ suportada em transações efetivamente
ocorridas e em documentos comprobatórios. No entanto, tal posicionamento parece
ser inaceitável para as exigências atuais e futuras de seus usuários. (SANTOS,
1998, p. 14)
Como
se sabe, a Contabilidade Financeira trabalha com base em atividades que já aconteceram
e que podem ser comprovados com base em documentos, no entanto esse tipo de
Contabilidade não proporciona mais o suporte informacional que as organizações
tanto necessitam no dia a dia, desse modo pode-se afirmar que a Contabilidade
Gerencial é a mais indicada para atender a essa necessidade, já que uma
organização não tem condições de tomar decisões como base somente na Contabilidade
fiscal.
O Quadro 3 faz uma comparação
entre a Contabilidade Gerencial e Financeira na visão da Padoveze (2004).
Fator
|
Contabilidade Financeira
|
Contabilidade Gerencial
|
Usuários dos
relatórios
|
Externos e internos
|
Internos
|
Objetivos dos
relatórios
|
Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários
externos
|
Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de
desempenho e tomada de decisão internamente
|
Forma dos
relatórios
|
Balanço Patrimonial,
Demonstração dos Resultados, Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido |
Orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho,
relatórios de custo,relatórios especiais não rotineiros para facilitar a
tomada de decisão
|
Frequência dos
relatórios |
Anual, trimestral e
ocasionalmente mensal |
Quando necessário pela
administração |
Custos dos valores
utilizados |
Primeiramente históricos
(passados) |
Históricos e esperados (previstos)
|
Bases de mensuração
usadas para quantificar os dados. |
Moeda Corrente
|
Várias bases (moeda corrente, moeda estrangeira – moeda forte, medidas
físicas, índices etc.)
|
Restrições nas
informações fornecidas |
Princípios Contábeis
Geralmente Aceitos |
Nenhuma restrição, exceto as
determinadas pela administração |
Arcabouço teórico e
técnico |
Ciência Contábil
|
Utilização pesada de outras
disciplinas, como economia, finanças, estatística, pesquisa operacional e comportamento organizacional |
Característica da
informação fornecida |
Deve ser objetiva (sem
viés), verificável, relevante e a tempo |
Deve ser relevante e a tempo,
podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos precisão |
Perspectiva dos
relatórios |
Orientação histórica
|
Orientada para o futuro, para
facilitar o planejamento, controle e avaliação de desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientação histórica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato) |
Fonte: Padoveze (2004, p. 39-40).
Os relatórios da Contabilidade Financeira e Gerencial também são
diferentes, de modo que a Contabilidade Financeira visando atender as
necessidades mais especificamente de usuários externos à organização, elabora
relatórios de acordo com as normas fiscais e legais e os princípios da
Contabilidade, para que assim seja possível a comparação dos dados entre as
empresas. Já a Contabilidade Gerencial foca nas necessidades dos usuários
internos à entidade, como os administradores, gerentes e funcionários e gera
relatórios que variam de acordo com a necessidade de cada usuário.
Sobre os relatórios gerenciais, Atkinson et al. (2000, p.46) diz que, os
contadores gerenciais não podem esperar que um único conjunto padronizado de
relatórios vá tender a todas as necessidades dos funcionários e dos gerente.
Nesse diapasão, os relatórios gerenciais estruturam-se de acordo com o
interesse e a necessidade de cada usuário, sendo elaborados sem seguir qualquer
princípio e norma da Contabilidade Financeira, e os sistemas de informação
Contábil devem ser configurados conforme o modelo de gestão de cada empresa,
para poder gerar os relatórios adequados. Como já foi dito, esses relatórios
atende diferentes níveis hierárquicos, de modo que as informações gerenciais
devem ser completas, eficazes e objetivas, sem fazer uso de uma linguagem muito
rebuscada, quanto mais clara melhor, o que prevalece nesse tipo de situação é a
qualidade e não a quantidade de informação.
No que diz respeito aos relatórios produzidos pela Contabilidade
Financeira, este seguimento gera Demonstrativos dos resultados, Balanço
Patrimonial, Demonstrações das origens e aplicações de resultados, estes relatórios
preocupam-se com a empresa como um todo.
Ao passo que a Contabilidade financeira está adaptada
às exigências fiscais, a contabilidade gerencial está direcionada à gestão da
empresa, e ambas têm a sua utilidade e apresentam diferentes características em
virtude de seu público-alvo. A contabilidade financeira é relacionada com o
fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão
fora da organização, enquanto a contabilidade gerencial é relacionada com o
fornecimento de informações para os administradores. (PEREIRA FILHO; SANTOS;
LOPES, 2010, p. 29).
A maior ênfase para o
atendimento desse grupo externo à organização se deu por conta da crescente
criação de regulamentação, obrigações acessórias e padronização de relatórios
financeiros, criados por entidades regulamentadoras.
Apesar dos relatórios serem distintos e de atenderem às necessidades de
diferentes usuários, eles podem ser usados para servir de base de informação um
do outro, ou seja, na produção dos relatórios Contábeis gerencial pode ser
preciso a utilização de dados contidos nas demonstrações como base
informacional. Já no caso dos administradores, se esses souberem interpretar as
demonstrações, estas podem servir como um bom ferramental para a tomada de
decisão, já que essa demonstram fatos que já aconteceram e que podem servir de
exemplo para melhorias administrativas.
Embora essa diferenciação
seja amplamente aceita, é importante salientar que os dados constantes das
demonstrações contábeis refletem decisões dos administradores e são base para
todos os demais stakeholders avaliarem
o desempenho da empresa e, por consequência, dos próprios administradores
(PEREIRA, 2011, p. 6).
Nesse sentido, nota-se a importância desses dois ramos da Contabilidade
para a construção de uma organização bem estruturada como base em informações
que contribuam na gestão da empresa.
Os Sistemas de Informação Contábil Gerencial podem contribuir
significativamente no desenvolvimento da atividade gerencial da empresa, com a
ajuda dos administradores na delimitação de seus objetivos e metas empresariais
esses sistemas podem colaborar desde o atendimento das necessidades dos
funcionários até o mais alto nível administrativo da organização.
Aplicabilidade da Contabilidade Gerencial
Diante do que foi
exposto, percebe-se com clareza o quanto a utilização da Contabilidade
Gerencial é importante para a gestão de uma organização. O aumento da
concorrência em nível global acentua cada vez mais a busca por métodos gerenciais
que contribuam para que a empresa conquiste a liderança do mercado, saindo na
frente os que conseguem colocar em prática ações que visem dinamizar suas
atividades, fazendo uso eficiente de seus recursos, fornecendo produtos e
serviços de qualidade.
Existem diversos
artefatos gerenciais que colaboram com a prática da Contabilidade Gerencial. Temos,
por exemplo, Sistemas métodos de custeio por absorsão, Gestão estratégica de
Custos, Balanced Scorecard (BSC), Economic Value Added (EVA), Activity Based Cost (ABC), Activity
Based Managent (ABM), orçamento etc.
Mas nesse trabalho iremos
abordar somente sobre uma dessas práticas, sobre o sistema ABC.
Sistema Activity Based Cost (ABC)
O sistema de custeio
baseado em atividade, ABC, surgiu das necessidades que as empresas sentiram em
descobrir novos métodos de custeio. Foi na década de 90, quando as empresas dos
Estados Unidos começaram e enfrentar uma grande concorrência com o Japão,
Alemanha e outros países, por conta dessa forte concorrência as empresas
perceberam que precisariam adotar novos métodos de gestão e novas tecnologias
de produção, já que os sistemas tradicionais de custeio não estava funcionando
de forma eficaz.
“[..] o custeio ABC
surgiu como uma alternativa de tratamento mais qualificado dos custos indiretos
de fabricação, o que conduziu à análise das atividades que redundam na
ocorrência desses custos.” (PEREIRA, 2011, p. 52).
Podemos conceituar a
prática ABC como sendo o método que rateia os custos e despesas indiretos e
aloca em várias unidades como base na atividade que os causa. Horngren, Sundem
e Stratton (2004, p. 116) dizem que:
Os sistemas ABC
primeiro acumula custos indiretos para cada uma das atividades da área que
está sendo custeada [...]. Então eles atribuem os custos das atividades aos
produtos, serviços ou outros objetos de custo que exigiram aquela atividade (grifo
do autor).
A diferença entre o
método ABC e os demais métodos tradicionais é que, o custeio baseado em
atividade representa uma apropriação mais direta, ele estende mais as suas
alocações, nele são usados das atividades para definir o custo dos produtos ou
serviços, já o método tradicional geralmente alocam somente os custos diretos
de produção aos produtos, ou seja, apenas os materiais diretos e a mão-de-obra
direta.
Em geral, os sistemas tradicionais [...] não alocam os
custos de outras funções da cadeia de valor. Os sistemas ABC, com frequência,
expandem a alocação dos custos para além da produção aos processos do tipo
processamento de pedidos, projetos, marketing
e serviços aos clientes. Como consequência, os sistemas ABC são mais
complexos, mas prometem custos mais acurados para apoiar os tomadores de
decisões. (HORNGREN; SUNDEM; STRATTON, 2011, p. 116).
A Figura 1 apresenta um fluxo
simplificado do método de custeio por atividade.
Figura 1 – Fluxo do processo de custeio pelo método ABC
O método ABC possibilita
uma apuração mais realista dos custos dos produtos e processos, sendo usados em
períodos posteriores para poder avaliar o desempenho operacional e também para
fazer um planejamento estratégico. E atualmente como o mercado se mostra, a
permanência competitiva de uma entidade está estruturada na sua cadeia de
valores e no modo de como a empresa distribuem seus custos.
Nesse sentido, sistema de
informação gerencial que integre estratégias de custo fazendo uso do método ABC
como ferramenta, possibilitará uma melhor tomada de decisão e como consequência
disso, uma vantagem competitiva.
Necessidade de informação
Podemos considerar que uma
boa informação recebida a tempo é o diferencial inicial para que uma
organização possa escolher entre as alternativas que mais favoreça o seu
negócio, e assim possa se manter concorrente no mercado.
A informação hoje é
necessária em todos os setores de uma organização, seja ela para tomar decisões
operacionais, ou para, escolhas feitas no dia a dia da empresa, ou para tomada
de decisões estratégicas de longo prazo feitas pelo alto escalão da entidade.
Para tanto é importante a
figura do Contador dentro da empresa, já que ele tem por uma de suas funções,
fornecer informações e dados que sejam relevantes e que auxiliem os
administradores nos processos decisórios do seu empreendimento.
Marion (2006, p. 25) concorda
com esse pensamento quando diz que:
A função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da
Contabilidade para a tomada de decisões. [...] em nosso país, em alguns
segmentos de nossa economia, principalmente na pequena empresa, a função do
contador foi distorcida [...], estando voltada exclusivamente para satisfazer
às exigências do fisco.
Mas essa realidade está se modificando, pois com toda
essa necessidade de informação das organizações, não basta somente que o
Contador esteja por dentro apenas das legislações tributárias e trabalhistas, é
de fundamental importância que o Contador fique atento aos mais diversos
aspectos externos e econômicos, que possam afetar a situação das empresas de
seus clientes.
A informação quando bem
direcionada para os objetivos da empresa, é capaz de gera o conhecimento que os
gestores tanto precisam sobre a real situação empresarial, e com isso definir
melhor as suas metas e alcançar o sucesso desejado, quanto melhor e mais
adequada for a informação passada para a empresa, melhor será a base para a
tomada de decisão dos administradores.
No entanto identificar
quais os tipos de informações estão sendo requisitadas é um processo
complicado, já que essa questão varia de empresa pra empresa e também de quais
interesses e objetivos que os administradores pretendem alcançar com o seu
empreendimento.
Para McGee e Prusak (1994
apud STROEHER, 2005, p. 22):
Identificar as necessidades e os requisitos de informação constitui a
tarefa mais importante dentro do processo de gerenciamento da informação,
devido à complexidade, inconstância, rapidez e total imprevisibilidade do mundo
dos negócios, que obrigam a que as necessidades de informação dos executivos
sejam variadas como os fatores que influenciam a sua organização.
Podemos afirmar que a informação deve ser
clara, relevante e útil para o administrador e para a empresa, clara, pois ela
precisa ser entendida por seus usuários, precisa falar a linguagem de quem está
requerendo-a, pois de nada adiantaria a produção de uma informação onde o
gestor não entenda o que ela quer lhe passar. Relevante, pois sua a falta faz
diferença na tomada de decisão por parte do administrador, e útil, pois a sua
utilização traz benefícios para a organização.
Fica evidente que fornecer todas essas
informações faz parte da função Contábil, pois em todos os processos decisórios
e até mesmo para o controle interno de uma entidade se faz necessário o mínimo
de fornecimento de dados Contábeis.
A Contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas
economias mais simples, é necessário manter a documentação dos ativos, das
dívidas e das negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se
ainda mais importante nas complexas economias modernas. Uma vez que os recursos
são escassos, temos de escolher entre as melhores alternativas, e para
identificá-las são necessários os dados contábeis (CREPALDI, 2006, p. 20).
O aumento da confiabilidade
na tomada de decisão está diretamente associada a qualidade de informação
utilizada, um informação pode ser considerada boa enquanto o seu custo não seja
superior ao seu benefício, portanto a empresa deve verificar se o benefício
adquirido por essa informação supre o custo de adquiri-la.
Portanto, podemos concluir que o aumento dessa
necessidade de informações por parte das organizações, se dá por conta da
grande competitividade mercadológica que estamos vivendo, nesse sentido a
informação contábil está se tornando cada vez mais uma ferramenta importante para
um eficaz e eficiente desenvolvimento gerencial, planejamento e tomada de
decisão das organizações.
Para tanto a Contabilidade
conta com o suporte dos Sistemas de Informação Contábil Gerencial, onde este
deve estar configurado para atender as necessidades informacionais das
empresas, possibilitando uma maior segurança no dia a dia de seus usuários.
A contabilidade e o Sistema de informação contábil gerencial
Podemos caracterizar a própria Contabilidade como sendo um Sistema de
Informação Contábil, já que esta contribui nos processos decisórios e funciona
como uma ferramenta de controle e registro de atividades de uma organização,
fornecendo informações econômicas e financeiras para os mais diversos tipos de
usuários.
A contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a
prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de
contabilização. Utiliza-se de documentos e informações de origem externa e
interna à empresa. Classifica, analisa e registra tais documentos e informações
para a posterior emissão de relatórios contábeis e gerenciais [...]. Os
relatórios contábeis e gerenciais são utilizados pelos diversos usuários
internos ou externos à empresa, para suas tomadas de decisões (OLIVEIRA; PEREZ;
SILVA, 2011, p. 78-79).
Porém, como já foi dito anteriormente, a necessidade de informação
cresce a cada dia mais dentro das empresas, e para que os dados sejam
corretamente interpretados, analisados e repassados para os gestores a
Contabilidade vem se preparando e contando com os benefícios que o uso dos
Sistemas de Informação Contábil Gerencial podem trazer com a produção de dados
úteis e precisos.
Os Sistemas de Informação Gerenciais adaptaram-se as necessidades e
deixaram de produzir apenas informações estatísticas e monetárias, para fornecer
dados que façam com que a Contabilidade assuma uma função de relevância,
realizando serviços com maior agilidade e segurança, gerando informações
confiáveis capazes de dar um maior suporte para a gestão empresarial.
A utilização desses sistemas proporciona para os escritórios contábeis
uma série de vantagens que visam contribuir com a sua rotina, e com o
fornecimento de um serviço diferenciado para seus clientes, já que as
informações geradas por esse sistema contribuem e muito no gerenciamento do empreendimento.
A informática proporciona à contabilidade inúmeras facilidades, que vão
desde o lançamento e processamento das informações, até a geração dos
relatórios que podem ser produzidos pelo sistema. Além dessas facilidades,
podem-se associar outros fatores, como segurança, confiabilidade e rapidez nas
informações prestadas (OLIVEIRA, 1997, p. 15).
O Sistema de Informação Contábil Gerencial capta dados, processam-nos e
os transformam em informações úteis e desejáveis pelos administradores,
contudo, é função do Contador identificar quais são as deficiências da empresa
para que ele possa prepara, com o apoio do Sistema de Informação Contábil
Gerencial, relatórios que contribuam com os diversos setores da organização.
O sistema de informação
gerencial exige um planejamento para produção dos relatórios, para atender
plenamente aos usuários. É necessário saber o conhecimento contábil de todos os
usuários, e construir relatórios com enfoques diferentes para os diferentes
níveis de usuários. Dessa forma, será possível efetuar o controle posterior. Só
pode ser controlado aquilo que é aceito e entendido. (PADOVEZE, 2004, p. 58-59)
Os relatórios gerados pelo Sistema de Informação Gerencial dão condições
para que a empresa perceba com mais clareza a sua real situação, possibilitando
assim a construção de planos estratégicos que colaborem com a sua
competitividade.
Mas para que essas informações saiam de acordo com a realidade da
empresa e que as mesmas sejam capazes que sobreviver às mudanças do mercado é
necessário que os Sistemas Contábeis Gerenciais estejam configurados de forma
estruturada e de acordo com a necessidade da organização.
Pereira e Fonseca (1997, p, 241) dizem que, os sistemas
de informação têm por finalidade a captura e/ou a recuperação de dados e sua
análise em função de um processo de decisão. Envolvem, de modo geral, o
decisor, o contexto, o objetivo da decisão e a estrutura de apresentação das
informações.
Não se pode deixar de falar também do Sistema de Informação Contábil
Financeiro, que tem uma grande valia, já que fornece informações econômicas
valiosas sobre a situação passada da empresa, que pode contribuir como
suprimento de dados requeridos pelo Sistema Gerencial.
Para
Migiyama (2003, p. 4) “Os
sistemas de informação contábil gerencial e financeiro são distintos, mas devem
estar integrados para suprir suas necessidades de informações, já que um presta
e colhe informações do outro.”
Percebe-se então que além
de deter informações que contribuam para o processo de tomada de decisão, ainda
assim é relevante a utilização de Sistema Contábil Financeiro, para que as
informações fornecidas por esse sistema também possam contribuir com os gestores
no processo de gestão.
Diante do exposto,
podemos concluir que a Contabilidade unida aos Sistemas de Informação Contábil
Gerencial, é capaz de assessorar seus clientes por meio de fornecimento de
informações relevantes sobre o seu negócio, possibilitando que a organização
alcance seus objetivos alicerçadas em informações confiáveis, de qualidade e em
tempo hábil.
Gestão Empresarial e a Tomada de Decisão
A cada dia o mundo dos negócios fica cada vez mais competitivo, o atual
contexto mercadológico se caracteriza pela acelerada mudança no ambiente
econômico, nas tecnologias e também nos métodos organizacionais, e em meio a
toda essa turbulência uma boa gestão empresarial, a capacidade de absorver
conhecimento e acompanhar todas essas mudanças é essencial para que a empresa
se mantenha com uma vantagem competitiva perante as demais entidades.
Com essa acirrada competição o conhecimento é a base fundamental para
que as organizações consigam realizar uma boa gestão e se manter no mercado. Uma
boa qualidade na gestão empresarial é o fato mais significativo para o
desempenho e sucesso de uma empresa. Mas mesmo com que a empresa tenha diversos
tipos de informação sobre o seu negócio, é necessário que a empresa saiba como
gerir todo esse conhecimento a seu favor.
Terra (2005, p. 1-2), diz que:
A Gestão do Conhecimento
vai, no entanto, muito além, do investimento em tecnologia ou o gerenciamento
da inovação. A Gestão do Conhecimento nas organizações passa, necessariamente,
pela compreensão das características e demandas do ambiente competitivo e,
também, pelo entendimento das necessidades individuais e coletivas associadas
aos processos de criação e aprendizado.
Cada empresa tem seu estilo de gestão, o que acaba determinando a sua
natureza organizacional. Quando se fala de gestão é importante ser discutido o
papel da alta administração, quais os funcionários a empresa deve foca seus
esforços, delegação de competências, deve ser definido as metas e a criação de
estruturas organizacionais e práticas de organização do trabalho.
Toda empresa tem a intenção de atender determinados objetivos
pré-estabelecido, e uma boa gestão empresarial só vem pra contribuir com isso, visto
que as empresas que não vêm se preparando e se adequando a essas exigências
administrativas gerenciais tendem a serem extintas do mercado.
Diante disso, podemos afirmar que o processo de gestão empresarial é o
ato de dar suporte ao processo de tomada de decisão, por meio de um
planejamento estratégico, operacional e controle.
Diariamente os gestores lidam com diversos tipos de situações que
requerem a escolha entre a melhor alternativa para a sua empresa. Tomar uma
decisão eficiente e em tempo hábil é considerado um grande diferencial
competitivo no mundo dos negócios.
Como já foi dito, a informação é uma ferramenta que se tornou
indispensável pelas empresas, e o Sistema de Informação Gerencial aliado com as
técnicas e procedimentos contábeis podem contribuir bastante com esse processo
informacional, já que os sistemas são geradores de informações desejadas que
servem de suporte para os gestores no processo de tomada de decisão.
Stephen e Coulter (1996, p.
126), dizem que, a situação ideal para a tomada de decisões é a de certeza, ou
seja, o administrador pode tomar decisões precisas, pois o resultado de cada
alternativa é conhecido.
Podemos entender que quanto
melhor for a conhecimento do gestor sobre o seu negócio e as mutações que nele
ocorrem, e quanto mais cedo essas informações forem repassadas para ele, melhor
e mais rápida será a escolha feita pela empresa, pois o gestor terá a certeza
de sua decisão, já que o seu conhecimento antecipado possibilita saber dos
resultados das suas alternativas.
A tomada de decisão é a ação final que será executada na empresa. No
processo decisório o gestor entende as informações passadas e avalia a melhor
alternativa a ser tomada pela empresa, se modo que a entidade permaneça no
mercado tendo conhecimento dos desafios que podem acontecer futuramente.
Segundo Pereira Filho, Santos e Lopes (2010, p. 36):
É através das tomadas de decisões que as
organizações procuram alcançar os seus objetivos a curto e longo prazo. De modo
geral as organizações têm como objetivo atender às expectativas dos clientes,
continuidade, maximização dos lucros e bem-estar social, pois há diversos
problemas de ordem gerencial que, somente a tomada de decisão tem como função
eliminá-los. Todavia, o gestor necessita ter em mãos informações sobre a real
situação da empresa, para decidir com precisão e de forma mais sensata
possível.
O processo
de tomada de decisão é o mais importante, pois é nele que vai ser definido o
melhor caminho a ser seguido na empresa, é no processo decisório que vai ser
verificado se o objetivo da empresa vai ser alcançado, onde serão colocados em
prática tudo que foi planejado pelas informações geradas pelos Sistemas de
Informação Gerencial.
Nesse atual cenário mercadológico, a possibilidade de captar informações
e tomar decisões rapidamente é de extrema importância dentro da empresa, já que
é com base nas decisões tomadas que a empresa vai dar continuidade no seu
objetivo que é obter lucro com o seu negócio.
A informação tem o poder de decidir o futuro da organização, portanto, a
tomada de decisão rápida e precisa constitui um diferencial para que a empresa
possa atender com maior agilidade as solicitações da demanda, de modo que o
fornecimento de serviços diferenciados ajude na competitividade da entidade.
“O executivo deve sempre lembrar de que
o SIG é um sistema projetado para oferecer ao referido executivo, informações
seguras para a tomada de decisões sólidas que resultem na concretização dos
objetivos previamente estabelecidos” (OLIVEIRA, 2002, p. 41).
Observa-se então, que a tomada de
decisão está interligada a capacidade de gestão das informações que a empresa dispõe,
visto que, fazer escolhas em um ambiente de incerteza, onde o gestor não tem
praticamente nenhum conhecimento das variações do seu negócio, quer dizer
desconhecer das consequências que podem vim a acontecer na sua empresa.
Nesse sentido, conclui-se que a
utilização do Sistema de Informação Gerencial e com um Contador que tenha
conhecimento dos procedimentos Contábeis e também de outras ciências, como,
administração, economia e estatística, podem fornecer informações gerenciais privilegiadas
para a empresa. De modo que o gestor deve se valer de todos os mecanismos para
possibilitar que a sua tomada de decisão seja a mais segura possível para a
continuidade de sua empresa.
Ótimo esse texto, venho em uma boa hora.
ResponderExcluirGrato pelo seu comentário Marília. E, que bom que ele chegou em boa hora...
ExcluirMe ajudou muito, excelente texto.
ResponderExcluirMesmo tu sendo Anônimo, que bom que lhe foi útil. Risos.
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